Afirma, de forma humorística ou depreciativa, que algo ou alguém sem pensamento/raciocínio próprio não tem existência (ou relevância) plena.
Versão neutra
Se algo não pensa, não tem existência consciente ou agência própria.
Faqs
Qual é a origem desta expressão? A origem exacta é desconhecida. Trata‑se de uma formulação popular e jocosa que faz alusão irónica à máxima cartesiana «Penso, logo existo».
O provérbio é ofensivo? Pode ser interpretado como insulto leve se dirigido a uma pessoa; em contexto humorístico é geralmente aceitável entre amigos, mas deve evitar‑se em ambientes formais ou sensíveis.
Quando é apropriado usar esta expressão? Em conversas informais para desvalorizar de forma irónica algo sem reflexo ou relevância. Não é apropriada em análises filosóficas sérias ou em situações que exijam tacto.
Tem algum valor filosófico? A frase é mais um jogo retórico do que um argumento filosófico válido; contrapõe‑se ironicamente ao cogito cartesiano, mas não estabelece uma tese ontológica rigorosa.
Notas de uso
Registo informal e muitas vezes jocoso; usado para desvalorizar ideias, objectos ou pessoas consideradas sem reflexão.
Pode ser usado com intenção cómica, sarcástica ou como insulto leve; atenção ao contexto e ao interlocutor para evitar ofensa.
Não deve ser usado em contextos académicos ou filosóficos sérios sem clarificação do tom irónico.
Exemplos
Quando discutiam sobre a decoração do jardim, ele cortou a conversa com um sorriso: «Repolho não pensa, logo não existe» — referindo‑se ao arbusto sem importância.
Ao ouvir a opinião irrelevante de um colega, ela respondeu em tom de brincadeira: «Repolho não pensa, logo não existe», para sublinhar que a afirmação não tinha fundamento.
Variações Sinónimos
Repolho não pensa, por isso não existe.
Couve não pensa, logo não existe.
Se não pensa, não existe (irónico).
Não pensa, então não conta.
Relacionados
Penso, logo existo (Descartes) — origem filosófica da referência.
Expressões que desvalorizam falta de raciocínio: «Não tem cabeça»; «Cabeça de vento».
Provérbios humorísticos que atribuem características humanas a objectos inanimados.
Contrapontos
Literalmente, um repolho existe independentemente de pensar — a afirmação é uma figura retórica e não um argumento ontológico.
Do ponto de vista filosófico, a existência não depende apenas da consciência (existem debates sobre objectos, matéria e consciência).
Aplicar esta frase a pessoas pode ser injusto e desumanizante; ausência de conhecimento não equivale à inexistência.
Equivalentes
inglês Cabbage doesn't think, therefore it doesn't exist.
espanhol La col no piensa, por tanto no existe.
francês Le chou ne pense pas, donc il n'existe pas.
alemão Kohlkopf denkt nicht, also existiert er nicht.