Quem empresta, não cobra; se cobra, não logo; se logo, não tudo; se tudo, não tal, e se tal, inimigo mortal.
Aconselha a não exigir rigidamente a devolução de um empréstimo para não estragar relações; a cobrança imediata e total pode transformar o credor num inimigo.
Versão neutra
Quem empresta não deve cobrar com rigor; se cobrar, não o faça logo; se o fizer logo, não exija tudo; e se exigir tudo com rigor, cria um inimigo.
Faqs
- O provérbio aconselha a nunca cobrar um empréstimo?
Não necessariamente. A ideia central é evitar rigidez imediata e absoluta que prejudique relações; em contextos formais, a cobrança razoável e acordada é adequada. - Quando é apropriado aplicar este provérbio?
Principalmente em empréstimos informais entre amigos e familiares, onde a preservação da relação pesa mais do que a exigência absoluta do pagamento. - Este provérbio é relevante em finanças profissionais?
Menos. Em contextos empresariais ou bancários, predominam contratos, prazos e garantias; a flexibilidade social típica do provérbio deve ser ponderada com responsabilidade legal.
Notas de uso
- Empregado em contexto social quando se fala de empréstimos entre amigos ou familiares.
- Tem tom aconselhador: valoriza a tolerância e a prudência nas relações devolutivas.
- Não se aplica da mesma forma a empréstimos comerciais ou formais com contratos escritos.
- Sugere uma hierarquia de comportamentos: idealmente não cobrar; se cobrar, não ser imediato; se imediato, não exigir tudo; se exigir tudo, não ser inflexível.
Exemplos
- Quando o João pediu dinheiro para resolver um problema urgente, o António lembrou‑lhe o provérbio: preferiu não cobrar logo para não estragar a amizade.
- No conselho da família, ouviu‑se que, entre parentes, é melhor ser flexível: 'quem empresta não cobra', disse a avó, para evitar discussões futuras.
Variações Sinónimos
- Quem empresta, perde o amigo (variante resumida e frequente).
- Quem empresta a amigos perde o dinheiro e o amigo.
- Quem empresta não pode ser duro com o devedor (variação de sentido).
Relacionados
- Quem pede empresta, quem dá não esquece (contrastando papéis).
- Nem emprestador nem tomador, seja prudente (conselho sobre evitar empréstimos).
- Quem empresta perde, quem guarda não perde (provérbio sobre prudência financeira).
Contrapontos
- Empréstimos formais e profissionais exigem cobrança e rigor, por segurança jurídica.
- Exigir cumprimento de acordos escritos não é incompatível com manter boa relação: contratos e transparência protegem ambos.
- A tolerância excessiva pode incentivar incumprimentos repetidos; estabelecer limites claros também é necessário.
Equivalentes
- Inglês
He who lends money loses both the money and the friend. - Inglês (Shakespeare)
Neither a borrower nor a lender be. - Espanhol
Quien presta pierde el dinero y el amigo. - Francês
Qui prête perd, argent et ami.