S. João (24/06) e S. Miguel (29/09) passados tanto manda o amo como o

S. João (24/06) e S. Miguel (29/09) passados tant ... S. João (24/06) e S. Miguel (29/09) passados tanto manda o amo como o criado.

Depois dessas datas tradicionais terminam prazos/contratos sazonais e a hierarquia entre senhor e empregado fica mais incerta — ambos ficam, na prática, em igualdade de influência na situação.

Versão neutra

Passadas as festas de S. João e de S. Miguel, ficam em pé de igualdade o amo e o criado.

Faqs

  • Por que se mencionam S. João e S. Miguel?
    São marcos do calendário rural: S. João (24/06) marca o solstício e o verão; S. Miguel (29/09) situa-se no fim da época agrícola e era tradicionalmente data de rendas e renovações de contratos.
  • Significa que o criado passa a mandar?
    Não literalmente. Significa que, depois desses prazos, a autoridade do amo deixa de ser absoluta porque contratos terminam ou se renegociam, colocando ambas as partes numa posição de negociação ou igualdade prática.
  • Ainda se usa este provérbio hoje?
    É mais raro e tem um registo tradicional/arcaico; conserva-se em zonas rurais e em contextos onde se fala de costume e história popular. Pode usar‑se figuradamente.
  • Há equivalente noutras culturas?
    Não há um equivalente direto universal, mas várias línguas têm expressões sobre marcos sazonais que regulavam rendas e contratos; em inglês, por exemplo, há fórmulas que falam do término de épocas de trabalho.

Notas de uso

  • Refere-se sobretudo a práticas rurais e a prazos de contratos por ano agrícola (tipo arrendamentos e serviços sazonais).
  • Usa-se para indicar o fim de uma época em que as obrigações e a autoridade ficam sujeitas a renegociação ou cessam.
  • Registo: tradicional, coloquial, algo arcaico; mais comum em zonas rurais e em textos sobre costume e história popular.
  • Hoje pode empregar-se de forma figurada para dizer que, passado um prazo ou marco, já ninguém tem vantagem clara.

Exemplos

  • No nosso vale sempre disseram que, depois de S. Miguel, os contratos do campo eram revistos — tanto manda o amo como o criado.
  • Quando o arrendamento anual acaba em setembro, há renegociação; afinal, passado S. João e S. Miguel, ninguém tem vantagem absoluta.
  • Usou o provérbio para explicar que, depois do fim da época das vindimas, as relações de trabalho se equilibram e se discutem novas condições.

Variações Sinónimos

  • Passado S. João e S. Miguel, manda tanto o amo como o criado.
  • Depois de S. João e S. Miguel, iguala-se o mando entre amo e criado.
  • S. João e S. Miguel passados, acaba o poder absoluto do amo.

Relacionados

  • Depois de S. João, há mais sol ou mais chuva (referência às mudanças sazonais).
  • Quando S. Martinho vem, vai o bom vinho — referência a marcos sazonais e festividades agrícolas.
  • A palavra das festas de ano regula contratos e rendas — costume do ciclo agrícola.

Contrapontos

  • Onde há amo, há obediente — enfatiza a manutenção da hierarquia em vez da igualdade.
  • O que é dado não se tira — quer dizer que, em algumas relações, o poder do amo mantém-se apesar dos prazos.

Equivalentes

  • es
    Pasados San Juan y San Miguel, manda tanto el amo como el criado.
  • en
    After St. John's and St. Michael's, master and servant stand on equal footing.

Provérbios