S. Miguel (29/09) passado, todo o amo é mandado.

Depois de 29 de setembro (S. Miguel) os senhores/amos retomam ou confirmam a sua autoridade sobre trabalhos, rendas e decisões na herdade.

Versão neutra

Depois de 29 de setembro, o proprietário assume a autoridade sobre a exploração e decisões da herdade.

O que significa exatamente 'amo' neste provérbio?
Amo refere‑se ao senhor da casa, proprietário ou arrendatário principal da herdade; é a pessoa que tem autoridade sobre a exploração agrícola e sobre a organização do trabalho.
Por que razão S. Miguel (29 de setembro) é mencionado?
S. Miguel é usado como marco temporal: historicamente, datas de santos como S. Miguel serviam de termo para rendas, contratos e mudança de actividades agrícolas. Em inglês, Michaelmas cumpre função semelhante.
Ainda é aplicável hoje?
O provérbio mantém valor cultural e figurado, mas na prática moderna a autoridade do proprietário é condicionada por contratos, leis e direitos dos trabalhadores.
Como se usa em discurso contemporâneo?
Costuma ser usado de forma figurada para dizer que, passada certa data ou prazo, quem tem poder passa a decidir — por exemplo, ao terminar um período de negociação.

«Amo» refere‑se aqui ao senhor da casa, proprietário ou arrendatário principal da herdade; «mandado» significa exercer autoridade, mandar sobre tarefas, rendas ou contratos.
O provérbio usa S. Miguel como marco temporal: em sociedades rurais os santos dias funcionavam como prazos para pagamentos, contratos e reorganização das atividades agrícolas.
É uma expressão tradicional; o seu uso actual é mais figurado, sobretudo para indicar que, passada certa data, quem tem autoridade toma as decisões finais.
A veracidade prática depende do contexto legal moderno: contratos escritos e leis laborais limitam hoje a «autoridade» mencionada.

Já passou S. Miguel, por isso o amo escolhe agora quem fica a tratar das terras no inverno.
Quando a assembleia discutia quem renovava a arrendamento, alguém comentou: «S. Miguel passado, todo o amo é mandado», lembrando que o dono tem a palavra final após o termo.»

Uso de santos dias (S. João, S. Martinho) como marcos temporais no calendário rural
Michaelmas (29 de setembro) — termo em culturas anglo‑saxónicas para rendas e contratos
Provérbios sobre o fim da época de sementeira/colheita

Hoje em dia contratos escritos, leis de arrendamento e regulamentos laborais limitam a autoridade do 'amo'.
Em comunidades cooperativas ou com arrendatários organizados, as decisões podem ser colectivas, mesmo depois de S. Miguel.
Há provérbios que realçam direitos dos trabalhadores e arrendatários em oposição ao poder do senhor.