Se matares, matar-te-ão, e matarão a quem te matar, se o conde te puder livrar.
Expressa a ideia de retribuição violenta (vingança) e a noção de protecção do senhor feudal que pode vingar a morte de um vassalo.
Versão neutra
Quem mata pode ser morto; e, se o senhor puder, ele vingará matando quem te matou.
Faqs
- O que significa este provérbio em termos práticos?
Significa que um acto mortal costuma provocar represálias e que, em contextos feudais, o senhor (conde) podia intervir para vingar ou proteger o seu vassalo. É uma advertência contra a violência e um reflexo de sistemas de justiça privados. - É um encorajamento à violência ou à vingança?
Historicamente descreve a prática da vingança e da protecção senhorial, não é necessariamente um elogio. Em uso contemporâneo, serve mais frequentemente como alerta para as consequências da violência do que como incitamento. - De que época vem este provérbio?
A formulação e o conteúdo sugerem origem medieval ou feudal, quando senhores locais tinham competências de protecção e vingança. A origem exacta não é documentada. - Como posso usar este provérbio hoje sem parecer antiquado?
Use‑o como metáfora para ciclos de retaliação ou para discutir historial de conflitos e protecções locais. Explique o contexto histórico se for relevante.
Notas de uso
- Usa‑se para advertir sobre as consequências de actos graves, sobretudo homicídios, enfatizando a cadeia de vingança.
- Também transmite uma ideia histórica: a justiça privada e a protecção do senhor eram factores importantes nas sociedades feudais.
- Em contexto moderno, serve como metáfora para ciclos de retaliação ou para sublinhar que actos impunes podem provocar resposta.
Exemplos
- Num debate sobre violência de grupo, ele citou o provérbio: «Se matares, matar‑te‑ão...» para alertar para a escalada de retaliação.
- Ao discutir vinganças antigas entre famílias da aldeia, a professora explicou o ditado como reflexo da lei do talião e da protecção feudal.
- Quando alguém sugeriu uma resposta violenta a uma ofensa, outra pessoa respondeu: «Lembra‑te: se matares, matar‑te‑ão» para travar a reação.
Variações Sinónimos
- Quem semeia ventos colhe tempestades
- Olho por olho
- Vingança gera vingança
- Quem mata será morto
Relacionados
- Lei do talião
- Justiça privada
- Feudalismo
- Vingança e vendetta
- Dissuasão
Contrapontos
- Sistemas modernos de justiça penal e estado de direito que substituem a vingança privada pela punição legal.
- Práticas de justiça restaurativa que procuram resolver conflitos sem perpetuar violência.
- Evidência sociológica de que retaliação nem sempre interrompe a violência e pode amplificá‑la.
Equivalentes
- Inglês
If you kill, you will be killed; and they will kill whoever kills you, if the count can save you. - Espanhol
Si matas, te matarán; y matarán a quien te mate, si el conde puede librarte. - Francês
Si tu tues, on te tuera; et ils tueront qui t'a tué, si le comte peut te défendre. - Latim (equivalente histórico)
Si occides, occidēris; et occident quem te occiderit, si comes te defendere poterit.