Sem razão se queixa do mar quem outra vez navega.
Quem repete voluntariamente uma ação arriscada tem pouco direito a queixar‑se das consequências.
Versão neutra
Quem volta a praticar um acto arriscado não deve queixar‑se do resultado.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado quando alguém voluntariamente repete um acto claramente arriscado ou prejudicial e depois se queixa das consequências previsíveis desse acto. - O provérbio não é demasiado duro?
Pode soar severo; convém avaliar a situação antes de o usar, especialmente se houver fatores como coerção, falta de opções ou vício que expliquem a repetição. - Tem aplicações em contexto profissional?
Sim. Pode aplicar‑se a quem ignora regras de segurança repetidamente ou continua práticas de risco na gestão de projectos e depois reclama dos resultados. - É um provérbio comum no português actual?
É reconhecível entre falantes da língua, embora nem sempre usado no discurso corrente; mantém‑se como expressão de advertência moral ou prática.
Notas de uso
- Usa‑se para censurar pessoas que reclamam de resultados previsíveis após terem repetido um comportamento arriscado.
- Tom geralmente corretivo; pode soar moralizador ou severo se aplicado a situações pessoais sensíveis.
- Aplica‑se a ações voluntárias e conhecidas como perigosas; não se adequa quando a repetição resulta de coerção, desconhecimento ou falta de alternativa.
Exemplos
- Depois de voltar a conduzir sem descansar e sofrer um acidente, o colega foi lembrado que 'sem razão se queixa do mar quem outra vez navega'.
- Se continuas a apostar sem estratégia e perdes, ninguém te admira quando te queixas — é o caso clássico de quem outra vez navega e se queixa do mar.
Variações Sinónimos
- Quem volta a pôr a mão no fogo que não se queixe quando se queima.
- Quem outra vez volta a navegar não deve queixar‑se do mar.
- Quem repete o risco não tem direito a reclamar das consequências.
Relacionados
- Quem semeia ventos colhe tempestades (sobre responsabilidade por causas próprias).
- Não chores sobre o leite derramado (aceitar as consequências em vez de lamentar).
- Quem volta a pôr a mão no fogo que não se queixe quando se queima (variante muito próxima).
Contrapontos
- Quando a repetição do comportamento resulta de vício, coerção ou situações de desigualdade, a pessoa pode ter razões legítimas para reclamar.
- Se as condições mudaram (por exemplo, se o risco aumentou de forma inesperada), a queixa pode ser justificada.
- A expressão não deve ser usada para silenciar vítimas ou para negar responsabilidade de terceiros em causar dano.
Equivalentes
- Inglês
One should not complain about the sea if one sails it again. - Espanhol
No tiene sentido quejarse del mar quien vuelve a navegar. - Francês
Il est inutile de se plaindre de la mer quand on y repart naviguer. - Alemão
Wer wieder zur See fährt, sollte sich nicht über das Meer beklagen.