Sem receptador não haveria roubo.
Sublinhar que a existência de quem compra ou esconde bens roubados facilita e incentiva o roubo; sem esse mercado, o crime seria menos lucrativo e menos frequente.
Versão neutra
Se não existissem compradores de bens roubados, o roubo teria menos incentivo e seria menor.
Faqs
- O que significa 'receptador'?
Receptador é a pessoa ou entidade que compra, guarda ou facilita a venda de bens roubados. No direito penal, a recepção de produtos roubados é crime. - Este provérbio justifica o roubo?
Não. O provérbio aponta para um factor que facilita o crime (a existência de quem compra bens roubados), mas não desculpa nem legitima o acto de roubar. A responsabilidade do crime continua a ser do autor. - Pode ser considerado 'culpar a vítima'?
Pode ser mal interpretado dessa forma se usado de forma descuidada. O foco correcto é no mercado que sustenta o crime, não nas pessoas que sofreram o roubo. - Como se utiliza este provérbio em debate público?
É usado para defender medidas que cortem a cadeia de comercialização de bens roubados — por exemplo, controlar mercados informais, exigir comprovativos de origem e sancionar receptadores — como forma de prevenção do crime.
Notas de uso
- Usa‑se para chamar a atenção para a cumplicidade ou para a responsabilidade dos compradores de bens roubados.
- Pode ser invocado em debates sobre prevenção do crime e controlo do mercado negro.
- Cuidado: a expressão pode ser interpretada como 'culpar a vítima' se aplicada a proprietários de bens roubados; o sentido correcto foca‑se no mercado que alimenta o crime, não nas pessoas roubadas.
- Frequentemente usada em contextos económicos e jurídicos para sublinhar a importância de cortar a cadeia de comercialização de produtos roubados.
Exemplos
- A polícia descobriu uma rede de receptadores: agora entendemos melhor por que motivo os furtos na zona aumentaram — sem receptador não haveria roubo.
- Durante a reunião da câmara, um vereador afirmou que é preciso fiscalizar feiras e mercados para evitar a venda de artigos roubados, lembrando que, sem receptador, não haveria roubo.
- Ao discutir soluções, o sociólogo explicou que reduzir a procura por bens roubados é tão importante quanto aumentar a vigilância: se não houver quem compre, não há negócio para o ladrão.
Variações Sinónimos
- Sem receptador não haveria furto.
- Onde não há comprador de roubado, não há roubo.
- Não há crime sem cúmplice (no comprador).
- Quem compra produto roubado ajuda o ladrão.
Relacionados
- Quem compra ladrão ajuda (ditado popular)
- Não há crime sem cúmplice
- Cortar a cadeia de comercialização do crime
Contrapontos
- Afirmar apenas isto pode simplificar em excesso: o roubo tem múltiplas causas, incluindo pobreza, desigualdade, dependências e falta de oportunidades.
- A responsabilidade legal e moral do ato de roubar cabe ao autor do crime; reduzir a procura não legitima o furto.
- Em alguns casos, a existência de receptadores é consequência de fracos controlos sociais e económicos, não a única causa dos roubos.
Equivalentes
- Inglês
Without a receiver there would be no theft. - Espanhol
Sin receptador no habría robo. - Francês
Sans receleur, il n'y aurait pas de vol. - Alemão
Ohne Abnehmer kein Diebstahl. - Italiano
Senza ricettatore non ci sarebbe furto.