Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
Prefere-se perder o supérfluo do que o essencial; consolo pragmático perante danos ou perdas.
Versão neutra
Antes perder os adornos do que perder o que é essencial.
Faqs
- Quando devo usar este provérbio?
Use-o para relativizar uma perda material quando o que realmente importa (saúde, vida, integridade, função essencial) foi preservado ou quando se opta por sacrificar algo secundário para salvar o essencial. - É apropriado em todos os contextos?
Não. É coloquial e pragmático; pode parecer insensível se dito a alguém muito afetado pela perda. Em contextos formais ou de luto, prefira expressões mais empáticas. - Tem equivalente exato noutras línguas?
Não há sempre uma expressão idiomática idêntica em todas as línguas; geralmente usam‑se traduções literais ou provérbios próximos que valorizam o essencial sobre o supérfluo.
Notas de uso
- Usa-se para relativizar perdas materiais quando o bem mais importante (pessoa, saúde, integridade) ficou intacto.
- Tom pragmático — costuma aparecer em contextos familiares, coloquiais ou de decisão prática; não é formal.
- Pode ser usado para justificar sacrifícios estratégicos (vender um bem para salvar outro), mas atenção para não minimizar sofrimentos.
- Evita-se quando a intenção é consolar de forma mais empática; neste caso, prefira linguagem que reconheça a perda emocional.
Exemplos
- Roubaram-lhe os brincos durante a viagem, mas ela saiu ilesa — «vão-se os anéis, fiquem os dedos», disse o irmão para a tranquilizar.
- A empresa vendeu parte do património para evitar falência: perdemos alguns equipamentos, mas mantemos a produção. Vão-se os anéis, fiquem os dedos.
Variações Sinónimos
- Perderam-se os anéis, ficaram os dedos.
- Vão os anéis, ficam os dedos.
- Antes os anéis do que as mãos.
Relacionados
- Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar (valorizar o certo em detrimento do incerto).
- Não se chora o leite derramado (aceitar perdas e seguir em frente).
Contrapontos
- Quem não arrisca, não petisca (incentiva assumir riscos e não acomodar‑se às perdas).
- Quem tudo quer, tudo perde (advertência contra ganância que pode conflitar com a ideia de preservar o essencial)
Equivalentes
- Português (variante)
Perderam-se os anéis, ficaram os dedos. - Inglês (tradução literal / uso explicativo)
Rings may be lost, but let the fingers remain (literal). Used to mean: better to lose ornaments than what is essential. - Espanhol (tradução literal)
Se van los anillos, queden los dedos. - Italiano (tradução literal)
Vanno gli anelli, restino le dita.