Vermelhão no sertão: velhas no fogão.
Comentário popular que legitima papéis ou situações tradicionais e esperadas numa comunidade — equivalente a «cada um no seu lugar».
Versão neutra
Cada um no seu lugar (ou: cada qual no seu lugar).
Faqs
- O que significa literalmente «Vermelhão no sertão: velhas no fogão»?
Literalmente junta duas imagens: algo vistoso ou marcante no campo («vermelhão no sertão») e as mulheres idosas na cozinha («velhas no fogão»). Figurativamente sugere que certas coisas — pessoas, papéis ou hábitos — ficam onde sempre estiveram. - De onde vem este provérbio?
A origem exacta não é documentada. Parece ser uma locução regional, possivelmente de áreas rurais de língua portuguesa, que reproduz linguagem popular e rimas para expressar a aceitação de papéis tradicionais. - É aceitável usar esta expressão hoje?
Porque reforça papéis tradicionais — especialmente de género — pode ser considerada antiquada ou ofensiva em muitos contextos. Use-a com cuidado, preferindo versões neutras como «cada um no seu lugar» ou explicando o contexto histórico/cultural.
Notas de uso
- Expressão regional e coloquial; aparece sobretudo em contextos rurais ou ao referir-se a costumes antigos.
- Geralmente usada para justificar a manutenção de papéis sociais estabelecidos (ex.: divisão de tarefas por género ou geração).
- Pode ser considerada antiquada e sartorialmente sexista; use com cuidado e evitando reforçar estereótipos.
- Adequada em descrições culturais ou literárias quando se pretende reproduzir linguagem popular; menos adequada em contextos formais.
Exemplos
- Quando o debate sobre novas práticas agrícolas acabou por travar, alguém atirou «Vermelhão no sertão: velhas no fogão» para sublinhar que preferiam não mexer nas tradições.
- Ela mencionou o provérbio em tom crítico, dizendo que já não aceitaria que «velhas no fogão» definissem quem decide nas reuniões familiares.
Variações Sinónimos
- Cada um no seu lugar.
- Cada macaco no seu galho.
- Cada qual com seu ofício.
Relacionados
- Cada macaco no seu galho — enfatiza papéis fixos ou habituais.
- O costume é uma segunda natureza — sobre o poder dos hábitos.
- Não se muda de cavalo a meio da viagem — resistência a mudanças.
Contrapontos
- Cada um faz o que pode — reconhece diversidade de capacidades em vez de papéis fixos.
- Quem quer, arranja um jeito — defende iniciativa individual em vez de aceitar limitações impostas.
- As coisas mudam — argumento a favor de renovar papéis e práticas tradicionais.
Equivalentes
- Português (neutro)
Cada um no seu lugar. - Inglês
Everyone in their place / To each their own (aproximações). - Espanhol
Cada cual en su lugar.