Expressa a crítica à informação baseada em terceiros — relato muito indirecto e, por isso, de pouca credibilidade.
Versão neutra
É um relato transmitido por intermédio de várias pessoas, sem experiência directa do narrador.
Faqs
O que significa exactamente este provérbio? Significa que a afirmação provém de relatos de várias pessoas e, por isso, tem pouca autoridade; é uma forma irónica de pôr em causa a veracidade.
Quando é apropriado usá‑lo? Quando se quer sublinhar que uma informação é de terceira mão ou quando se pretende ironizar sobre a falta de provas directas.
É um provérbio formal? Não; é coloquial e frequentemente usado em registo informal e conversas do dia a dia.
Deve levar‑se sempre a sério quem transmite informação assim? Não automaticamente. É prudente verificar a origem e a credibilidade da informação antes de aceitá‑la ou descartá‑la por completo.
Notas de uso
Usa‑se de forma irónica para sinalizar que uma afirmação é baseada em boatos ou testemunhos muito distantes do narrador.
Registo coloquial; frequente em conversas informais para pôr em dúvida a fiabilidade de uma informação.
Serve também para ilustrar a perda de precisão que ocorre quando uma história passa de pessoa em pessoa.
Exemplos
Quando o João disse que havia visto o anúncio na rua, respondi: «Vi um homem que viu outro que viu o mar» — não serve como confirmação.
Na reunião, ao ouvir uma sugestão sem fonte, a líder comentou irónica: «Vi um homem que viu outro que viu o mar», pedindo provas concretas.
Variações Sinónimos
Vi um homem que disse que viu outro que viu o mar.
Ouvi dizer que um homem viu outro que viu o mar.
De boca em boca (para indicar informação de terceira mão).
Diz‑se que...
Relacionados
Quem conta um conto acrescenta um ponto (sobre exagero na transmissão).
De boca em boca (expressão sobre transmissão oral de informação).
Ouvi dizer (locução usada para introduzir rumores).
Contrapontos
Nem toda a informação de terceiros é falsa — testemunhos de especialistas ou documentos verificados podem ser fiáveis.
O provérbio exagera para efeito retórico; serve para alertar, não para provar automaticamente que algo é falso.
Em contextos jornalísticos ou legais, é necessária verificação antes de rejeitar informação apenas por ser de segunda mão.
Equivalentes
inglês (literal) I saw a man who saw another who saw the sea.
inglês (idiomático) Heard it through the grapevine (usado para indicar boatos).
espanhol Vi a un hombre que vio a otro que vio el mar.