Vinho novo não quer odres velhos
Coisas novas, ideias ou métodos inovadores exigem estruturas, hábitos ou suportes adequados; não se adaptam bem a formatos antigos.
Versão neutra
Coisas novas não cabem bem em estruturas antigas; é preciso adaptar o suporte ao que é novo.
Faqs
- Qual é a origem deste provérbio?
Tem origem na cultura do vinho e aparece nos evangelhos sinóticos da Bíblia, onde se compara a incompatibilidade do vinho novo com odres velhos para ilustrar a necessidade de novos meios para coisas novas. Passou depois para o uso proverbial na cultura popular. - Quando devo usar este provérbio?
Use‑o para enfatizar que uma inovação exige mudanças na estrutura, nos recursos ou na mentalidade; por exemplo, ao modernizar sistemas, processos ou organizações. - Pode ser ofensivo ou conservador usá‑lo?
O provérbio em si não é ofensivo, mas pode ser interpretado como justificação para descartar práticas antigas sem ponderação. É recomendável contextualizar a afirmação e considerar alternativas de transição. - Existe um uso literal do provérbio hoje em dia?
Hoje o uso é predominantemente metafórico. O sentido literal refere‑se à prática antiga de guardar vinho em odres de pele, que podiam rebentar com vinho novo em fermentação.
Notas de uso
- Usa-se para justificar a necessidade de renovar infraestruturas, métodos ou mentalidades quando se introduz algo novo.
- Tomar o provérbio ao pé da letra remete ao costume antigo de guardar vinho em odres (pele de animal); o sentido atual é metafórico.
- Pode ser usado num tom prático (tecnologia, organização) ou crítico (sugestão de ruptura com o passado).
- Evitar utilizá‑lo como argumento absoluto para rejeitar qualquer continuidade — às vezes a adaptação gradual é preferível.
Exemplos
- Vamos adoptar o novo sistema de pagamentos, mas não o coloquem nos servidores antigos — vinho novo não quer odres velhos.
- A cultura da startup exige processos diferentes dos da empresa mãe; vinho novo não quer odres velhos, por isso propusemos equipas autónomas.
Variações Sinónimos
- Não se põe vinho novo em odres velhos
- Vinho novo, odres novos
- Não se mete vinho novo em odres velhos
Relacionados
- Novo rei, novas leis (frase alusiva à mudança de práticas com mudança de liderança)
- Renovar para adaptar (expressão corrente sobre modernização)
Contrapontos
- Não se muda de cavalo a meio da travessia (não faças mudanças arriscadas em momento crítico)
- Mais vale o diabo que se conhece (prefere‑se algo conhecido, mesmo com defeitos, ao incerto)
- Se não está estragado, não consertes (evita mudança desnecessária)
Equivalentes
- Inglês
You don't put new wine into old wineskins. - Espanhol
No se echa vino nuevo en odres viejos. - Francês
On ne met pas du vin nouveau dans de vieux outres.