Não se deita vinho novo em odres velhos

Não se deita vinho novo em odres velhos.
 ... Não se deita vinho novo em odres velhos.

Coisas novas ou mudanças exigem estruturas, meios ou atitudes novas; o novo não funciona bem num suporte velho e inadequado.

Versão neutra

Ideias ou recursos novos não funcionam bem em meios, regras ou suportes antigos; é preciso adaptar ou renovar o suporte.

Faqs

  • O que significa concretamente este provérbio?
    Significa que as novidades, ideias ou recursos novos exigem meios, regras ou estruturas compatíveis; se se tentarem inserir numa estrutura obsoleta, o resultado será ineficaz ou danoso.
  • De onde vem este provérbio?
    Tem origem bíblica nos Evangelhos (Mateus, Marcos e Lucas), onde Jesus usa a imagem dos odres e do vinho para explicar a necessidade de formas novas para ensinamentos novos.
  • Quando não é apropriado usar‑lo?
    Não é adequado quando se pretende justificar conservadorismo puro ou desvalorizar tudo o que é antigo; deve ser acompanhado de propostas práticas para renovar ou adaptar o suporte.
  • Como aplicar a ideia sem excluir o valor do passado?
    Avalie quais elementos antigos são recuperáveis e pode‑se reforçar ou adaptar progressivamente o suporte (formação, recursos, regras) para acolher a novidade.

Notas de uso

  • Usa‑se para indicar que uma ideia, projecto ou prática nova precisa de condições, regras ou equipamentos apropriados.
  • Pode servir tanto para justificar renovação (mudança de estruturas) como para criticar tentativas de encaixar o novo em estruturas obsoletas.
  • Em contextos críticos, pode ser invocado por quem resiste a mudanças, pelo que convém clarificar se se pretende defender a tradição ou propor adaptação.
  • Aplica‑se em gestão, tecnologia, reforma institucional, pedagogia e nas relações pessoais quando a forma não suporta o conteúdo novo.

Exemplos

  • Queremos introduzir trabalho remoto regular, mas a empresa tem processos e sistemas rígidos — não se deita vinho novo em odres velhos; é preciso reorganizar a logística.
  • Tentar aplicar a metodologia ágil sem mudar a cultura de gestão é inútil: vinho novo em odres velhos rebenta os odres.
  • Se a comunidade quer um festival moderno, o antigo regulamento precisa ser revisto; não se deita vinho novo em odres velhos.
  • Estudar com métodos digitais exige equipamentos e formação; implantar e‑learning sem recursos é pôr vinho novo em odres velhos.

Variações Sinónimos

  • Vinho novo requer odres novos.
  • Não se põe vinho novo em odres velhos.
  • Vinho novo em odres velhos rebenta os odres.

Relacionados

  • Necessidade de modernizar estruturas para acolher inovação.
  • Ideia de incompatibilidade entre conteúdo e forma.
  • Parábola bíblica sobre novos ensinamentos e velhas tradições.

Contrapontos

  • Nem sempre é preciso trocar os odres: o velho pode ser reparado ou adaptado para acolher o novo.
  • Insistir apenas na novidade pode desprezar saberes e práticas valiosas do passado.
  • Algumas inovações funcionam mesmo em estruturas antigas se introduzidas gradualmente e com cuidados.

Equivalentes

  • Inglês
    You cannot pour new wine into old wineskins.
  • Espanhol
    No se echa vino nuevo en odres viejos.
  • Latim (Vulgata)
    Vinum novum in utres veteres non effunditur.