Critica uma solução superficial ou um investimento inadequado: dar algo novo a quem/ao que já não pode tirar proveito, sem resolver o problema fundamental.
Versão neutra
Não adianta pôr uma albarda nova num burro velho.
Faqs
Quando devo usar este provérbio? Use‑o para criticar investimentos ou mudanças superficiais que não resolvem problemas de fundo, por exemplo quando se trata de modernizar equipamentos sem formar quem os usa.
É ofensivo chamar alguém de 'burro velho'? Pode ser. O provérbio costuma aplicar‑se a situações ou objectos, mas quando usado sobre pessoas deve‑se ter cuidado para não ferir, preferindo explicar a ideia de desajuste em termos neutros.
Há alternativas modernas ao provérbio? Sim: expressões como 'solução cosmética', 'remendo superficial' ou 'pôr um band‑aid num problema estrutural' transmitem a mesma ideia em registo contemporâneo.
Notas de uso
Usa‑se para apontar desperdício de recursos quando se aplicam melhorias exteriores sem corrigir defeitos essenciais.
Registo coloquial; pode ser usado de forma jocosa ou crítica, raramente em contextos formais sem explicação.
Aplicável a bens, projectos, organizações ou pessoas — cuidado para não ser ofensivo quando se refere a pessoas.
Implica desadequação entre a 'novidade' e a capacidade de aproveitamento por parte do destinatário.
Exemplos
A empresa comprou o software mais caro, mas a equipa continua sem formação — é a velha história: a burro velho, albarda nova.
Renovar a fachada enquanto o telhado continua a cair é apenas dar uma albarda nova ao burro velho; primeiro deve resolver o telhado.
Variações Sinónimos
Ao burro velho, albarda nova
Ao burro velho, sela nova
Solução cosmética
Remendo superficial
Relacionados
Saco roto não se remenda (não adianta remendar algo irremediavelmente danificado)
Não se pode tirar água de pedra (quando não há capacidade para obter resultado)
Novo perfume no velho lixo (expressão crítica por semelhança de sentido)
Contrapontos
Mais vale tarde do que nunca (sugere que uma melhoria ainda pode ser útil mesmo tardiamente)
Nunca é tarde para aprender (insiste que pessoas/organizações podem adaptar‑se e beneficiar de novidades)
Equivalentes
es Al burro viejo, albarda nueva.
en Putting new wine into old wineskins (similar idea of incompatibilidade entre o novo e o velho).