A causa da dor é a consolação dela.

Sugere que a consolação pode, paradoxalmente, manter ou prolongar a dor ao fixar a atenção nela ou validar o sofrimento em excesso.

Versão neutra

Consolar alguém pode, por vezes, prolongar a sua dor.

O provérbio significa que não se deve consolar alguém?
Não necessariamente. Significa que o consolo pode ter efeitos indesejados quando reforça a ruminação ou a dependência emocional. Consolos empáticos e orientados para a recuperação continuam a ser úteis.
Quando é que a consolação passa de útil a prejudicial?
Quando centra a atenção apenas na perda ou na dor, quando impede a pessoa de enfrentar mudanças necessárias, ou quando cria uma dinâmica em que a pessoa se confirma sempre como vítima em vez de procurar estratégias de coping.
Como consolar sem prolongar a dor?
Ofereça escuta ativa, valide sentimentos sem incentivá-los a ruminar, proponha pequenas ações concretas de apoio e encoraje a procura de recursos (amizade, terapia, atividades) que facilitem a recuperação.

Usa-se para advertir contra consolos excessivos que incentivem a ruminação ou dependência emocional.
Aplica-se mais a situações em que se pretende estimular a superação em vez de reforçar a vitimização.
Não é uma regra universal — depende do contexto, da intenção de quem consola e da vulnerabilidade de quem sofre.
Pode ser dito de forma crítica, para indicar que um bem-intencionado consolo teve efeitos contraproducentes.

Depois da tragédia, alguns amigos só lhe traziam memórias e consolos que a faziam reviver constantemente a dor — dizia-se que a causa da dor era a consolação dela.
No grupo de apoio, aprenderam que insistir em lembrar a perda não ajudava: a consolação mal orientada mantinha a ferida aberta.

O consolo empático e bem colocado ajuda a acolher e processar a dor; é muitas vezes essencial para a cura.
Ajudar alguém a sentir-se compreendido não é o mesmo que fomentar a estagnação — suporte e encorajamento podem promover a recuperação.
Generalizar que toda consolação é prejudicial ignora as diferenças individuais e culturais na expressão e no processamento do sofrimento.