A César o que é de César, a Deus o que é de Deus

A César o que é de César, a Deus o que é de De ... A César o que é de César, a Deus o que é de Deus.

Atribuir a cada esfera (temporal/territorial e espiritual/moral) aquilo que lhe pertence; respeitar competências e responsabilidades distintas.

Versão neutra

Ao poder temporal o que pertence ao poder temporal; ao âmbito espiritual o que pertence ao âmbito espiritual.

Faqs

  • Qual é a origem desta expressão?
    Vem dos Evangelhos do Novo Testamento, onde Jesus responde a uma pergunta sobre o imposto a César. A frase foi transmitida como exemplo de distinção entre responsabilidades civis e espirituais.
  • Significa que devemos obedecer sempre ao Estado?
    Não necessariamente. A frase distingue esferas de responsabilidade, mas não justifica obediência a leis injustas nem elimina dilemas morais em que obrigações civis e religiosas entram em conflito.
  • Como é usada hoje em dia?
    É utilizada em debates sobre igreja e Estado, competências institucionais e responsabilidades individuais, muitas vezes para sublinhar que assuntos distintos têm instâncias ou princípios diferentes.

Notas de uso

  • Frequentemente invocado em debates sobre a separação entre Estado e Igreja ou entre poderes civis e religiosos.
  • Serve para lembrar que obrigações civis (leis, impostos) e obrigações religiosas ou morais podem ser tratadas em instâncias distintas.
  • Não é uma licença automática para obediência incondicional: a frase original evita uma armadilha política e não resolve conflitos éticos complexos.
  • Pode ser usado de forma retórica para atribuir responsabilidade ou para justificar não intervenção numa área considerada alheia.

Exemplos

  • Quando o sindicato reclama alterações contratuais e a igreja se mantém neutra, alguém pode dizer: «A César o que é de César, a Deus o que é de Deus» para sublinhar a competência civil da negociação laboral.
  • Durante o debate sobre financiamento religioso pelo Estado, foi lembrado: «A César o que é de César, a Deus o que é de Deus», defendendo que os impostos e as crenças seguem lógicas diferentes.
  • Se um cidadão paga impostos mas segue práticas religiosas contrárias à lei, a expressão é usada para distinguir obrigações cívicas das convicções pessoais.

Variações Sinónimos

  • Ao poder temporal o que é temporal, ao espiritual o que é espiritual.
  • Dar a cada um o que lhe pertence.
  • Cada coisa no seu lugar.
  • Separação entre Igreja e Estado (como princípio prático).

Relacionados

  • Princípio da separação entre Igreja e Estado
  • Justiça distributiva
  • Autonomia das esferas (jurisdicional/política)
  • Senso comum: 'Cada coisa no seu lugar'

Contrapontos

  • Nem sempre é claro o que pertence a cada esfera; muitas questões envolvem sobreposição entre o civil e o moral.
  • Usar o provérbio para evitar responsabilidade ética pode ser uma má interpretação: alguns deveres religiosos exigem resistência a leis injustas.
  • Em regimes autoritários, distinguir esferas pode ser insuficiente para proteger direitos fundamentais.

Equivalentes

  • Latim
    Reddite ergo quae sunt Cæsaris Cæsari, et quae sunt Dei Deo.
  • Inglês
    Render unto Caesar the things that are Caesar's, and unto God the things that are God's.
  • Espanhol
    A César lo que es del César, y a Dios lo que es de Dios.

Provérbios