A chaga de amor, quem a faz, a sara.

A chaga de amor, quem a faz, a sara.
 ... A chaga de amor, quem a faz, a sara.

Quem causa uma ferida amorosa deve ser responsável por a curar ou compensar; atribui responsabilidade ao agente da dor afectiva.

Versão neutra

A ferida que o amor provoca deve ser curada por quem a causou.

Faqs

  • O que significa este provérbio?
    Significa que quem causa uma dor amorosa ou afectiva deve assumir a responsabilidade por a reparar ou compensar, seja através de desculpas, ações reparadoras ou assunção de culpa.
  • Quando é apropriado usar‑lo?
    Quando se quer sublinhar a obrigação moral de alguém que feriu outra pessoa de tomar a iniciativa para remediar o dano, especialmente em relações pessoais. Deve ser usado com sensibilidade em casos de violência ou abuso.
  • É um provérbio comum no português contemporâneo?
    É reconhecível e de sentido claro, mas usa vocabulário algo arcaico ('chaga', 'sara'), pelo que aparece mais em contextos literários, familiares ou regionais do que na linguagem cotidiana moderna.
  • Serve sempre para justificar a reconciliação?
    Não. O provérbio aponta para responsabilidade, mas a reconciliação depende da segurança, do consentimento da vítima e, por vezes, de intervenção profissional ou legal.

Notas de uso

  • Registo tradicional/arbóreo: a palavra 'chaga' é mais literária/antiga; 'sara' vem do verbo 'sarar' (curar).
  • Geralmente usado em contexto amoroso ou afetivo, mas aplicável a outras situações em que alguém causa dano emocional.
  • Tem uma carga moral: aconselha responsabilidade do causador da dor. Pode ser usada para pedir reparação ou assunção de culpa.
  • Não é uma justificativa para exigir contacto forçado; em casos de abuso, a responsabilização pública, legal ou terapêutica é mais apropriada.

Exemplos

  • Depois de o ter deixado sem explicações, ela lembrava‑lhe: 'A chaga de amor, quem a faz, a sara' — esperava uma reparação ou pelo menos um pedido de desculpas.
  • No debate sobre traições e reconciliações, muitos repetiam o provérbio para sublinhar que a responsabilidade pela reparação não devia recair apenas sobre a parte traída.
  • Quando um colega prejudicou outro por cobiça e depois tentou reatar, o gerente citou a máxima para enfatizar que o autor do dano devia tomar a iniciativa de o reparar.

Variações Sinónimos

  • Quem causa a ferida que a cure.
  • Quem provoca a dor que a remedeie.
  • A ferida de amor, a quem a faz, pertence curá‑la.

Relacionados

  • Cada um colhe o que semeia (responsabilidade pelas próprias ações).
  • Quem faz a cama que a durma (assumir consequências das próprias decisões) — relacionado mas com foco em consequências mais gerais.

Contrapontos

  • Nem sempre é seguro ou desejável que a pessoa que feriu tente 'sarar' a vítima — pode ser necessário distanciamento, apoio profissional ou responsabilização externa.
  • Algumas feridas emocionais não podem ser completamente reparadas pela causa original; a cura pode exigir tempo, ajuda terapêutica e apoio de terceiros.
  • Usar o provérbio como justificação para forçar reconciliação ignora o livre arbítrio e o direito da vítima de não aceitar contacto.

Equivalentes

  • inglês
    He who makes the wound should heal it. (literal)
  • espanhol
    La herida de amor, quien la hace, la cura.
  • francês
    La blessure d'amour, celui qui l'a faite doit la guérir.
  • italiano
    La ferita d'amore, chi la provoca, deve curarla.