A dor que teu vizinho não sabe, não é dor de verdade.
Afirma que a dor só é considerada legítima quando é conhecida ou reconhecida por outrem, realçando a necessidade de validação social.
Versão neutra
A dor que só uma pessoa sente tende a ser ignorada pelos outros, apesar de continuar a ser real.
Faqs
- O que significa este provérbio em poucas palavras?
Que, socialmente, as dores ou problemas só são levados a sério quando são conhecidos ou reconhecidos por outras pessoas. - É um provérbio que devo usar ao consolar alguém?
Não; pode soar a desvalorização. É melhor reconhecer a dor e oferecer apoio prático ou escuta. - Tem origem histórica conhecida?
Não há origem documentada; parece tratar‑se de uma expressão de sabedoria popular usada em contextos coloquiais. - Quando é apropriado empregá‑lo?
Em críticas sociais ou discussões sobre visibilidade e reconhecimento de problemas, especialmente com tom irónico ou analítico.
Notas de uso
- Tom irónico ou crítico: frequentemente usado para apontar que as pessoas só valorizam o que é visível ou reconhecido.
- Registo: coloquial; pode soar insensível se aplicado a quem sofre.
- Contextos comuns: discussões sobre empatia, visibilidade de problemas pessoais ou sociais e críticas à falta de reconhecimento.
- Não deve ser usado para invalidar experiências de dor física ou psicológica de terceiros.
Exemplos
- Quando ela contou os dias em que trabalhou a dobrar sem descanso, alguém respondeu: «A dor que teu vizinho não sabe, não é dor de verdade», minimizando a sua experiência.
- Num debate sobre trabalhadores invisíveis, um participante disse o provérbio para mostrar que muitos problemas só recebem atenção quando se tornam públicos.
- Ele aprendeu que, mesmo não havendo reconhecimento, a sua fadiga era legítima — por isso deixou de aceitar comentários do tipo «se ninguém sabe, então não dói».
Variações Sinónimos
- A dor que ninguém vê parece não ser dor.
- Se o vizinho não sabe, a dor não conta.
- Só é dor se for reconhecida.
Relacionados
- Cada um sabe onde lhe aperta o sapato. (refere-se à experiência pessoal do sofrimento)
- Quem não chora, não mama. (sobre necessidade de manifestar-se para obter atenção/ajuda)
- If a tree falls in the forest and no one hears it, does it make a sound? (questão filosófica sobre existência dependente de observação)
Contrapontos
- A dor é real independentemente do reconhecimento alheio; minimizar sofrimento pode ser prejudicial.
- Validação social não determina a legitimidade da experiência: diagnóstico médico, testemunhos e auto-relato contam.
- Usar o provérbio como justificação para ignorar pedidos de ajuda é eticamente questionável.
Equivalentes
- Português (variação)
A dor que ninguém conhece não deixa de ser dor. - Inglês
If your neighbour doesn't know your pain, it's as if it weren't real. (uso semelhante; não um provérbio clássico) - Espanhol
El dolor que tu vecino no sabe no es dolor verdadero. (tradução literal/uso coloquial) - Francês
La douleur que votre voisin ignore n'est pas une vraie douleur. (equivalente aproximado) - Expressões relacionadas
Cada um sabe onde le bat le bât ('Chacun sait où le bât blesse') — indica que só o próprio sente a sua dor.