A fome dá ao pobre o direito sagrado de importunar o rico.
Afirma que a privação material (fome/necessidade) confere legitimidade moral à ação dos mais pobres para reclamar ou pressionar os mais ricos.
Versão neutra
A necessidade torna moralmente legítimo que os pobres busquem ajuda ou pressionem os ricos.
Faqs
- Qual é a ideia central deste provérbio?
Que a privação material (nomeadamente a fome) confere uma legitimidade moral às ações dos pobres para reclamar, pressionar ou incomodar os mais ricos em busca de justiça ou auxílio. - Posso usar este provérbio em debates políticos?
Sim, é frequente em debates sobre desigualdade e política social, mas convém contextualizar: é um argumento ético/retórico, não uma justificação para actos ilegais. - O provérbio incita à violência ou ao roubo?
Não necessariamente; funciona sobretudo como crítica social. Contudo, interpretado literalmente por alguns, pode ser usado para justificar medidas coercivas — por isso é importante esclarecer o sentido e os limites éticos.
Notas de uso
- Expressa uma crítica social: justifica, em termos morais, a reivindicação dos desfavorecidos perante as desigualdades económicas.
- Uso mais comum em contextos de análise social, política ou literária; tom frequentemente irónico ou contestatário.
- Evitar usar como argumento para legitimar violações legais ou violência; trata-se de uma observação ética e retórica, não de um enquadramento jurídico.
- Pode ser usado para caracterizar atitudes de movimentos sociais ou cidadãos desesperados, mas também pode ofender ao sugerir conflito entre classes.
Exemplos
- No debate sobre cortes sociais, o deputado citou o provérbio: «A fome dá ao pobre o direito sagrado de importunar o rico», para justificar manifestações pacíficas por mais apoio.
- Num ensaio sobre literatura social, a autora escreveu que muitos romances do século XIX partem dessa ideia: a privação legitima o protesto contra a indiferença dos mais abastados.
Variações Sinónimos
- A fome dá ao pobre o direito de importunar o rico.
- A necessidade não tem lei.
- A necessidade faz o ladrão.
Relacionados
- A necessidade não tem lei.
- A fome é má conselheira.
- Quem tem fome tem pressa.
Contrapontos
- Do ponto de vista jurídico, necessidades pessoais não conferem permissão para actos ilegais.
- Alguns criticam o provérbio por naturalizar a hostilidade entre classes em vez de promover soluções estruturais.
- Há quem defenda que a dignidade humana impõe deveres de solidariedade dos ricos para com os pobres, sem recorrer à importunação.
Equivalentes
- Inglês
Hunger gives the poor the sacred right to trouble the rich. - Espanhol
El hambre da al pobre el derecho sagrado de importunar al rico. - Francês
La faim donne au pauvre le droit sacré de importuner le riche.