A função cria o órgão

A função cria o órgão.

A prática/necessidade de uma função tende a provocar o desenvolvimento de estruturas ou capacidades adequadas a essa função.

Versão neutra

O uso contínuo de uma função tende a promover o desenvolvimento de estruturas ou competências que a suportem.

Isto é verdade cientificamente?
É uma observação heurística com raízes no lamarckismo. Em biologia evolutiva moderna a ideia é considerada simplista: o uso pode influenciar seleccionamentos a longo prazo, mas as mudanças dependem de variação genética, selecção e outros processos.
Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer enfatizar que a prática, a necessidade ou uma nova função tendem a provocar a formação de estruturas, rotinas ou papéis correspondentes, seja em organismos, organizações ou comportamentos pessoais.
Qual a diferença para 'necessidade é mãe da invenção'?
'Necessidade é mãe da invenção' foca a origem de soluções inovadoras motivadas por problemas; 'A função cria o órgão' sublinha a ideia de que o exercício constante de uma função gera a estrutura que a sustenta. As duas podem sobrepor-se, mas não são sinónimos exactos.

Usado tanto em sentido literal (história da biologia, fisiologia, desenvolvimento) como em sentido metafórico (organizações, papéis profissionais, hábitos pessoais).
Cuidado em contextos científicos: como afirmação biológica absoluta é simplista; a evolução envolve variação genética, selecção e outros mecanismos além do uso.
Registo: pode aparecer em textos divulgativos, reflexões filosóficas e comentários sobre mudanças institucionais; não é expressão técnica com definição única.
Tom: afirmativo e heurístico; frequentemente usado para explicar adaptação funcional de forma acessível.

No departamento, ao assumir cada vez mais tarefas de coordenação, acabou por desenvolver rotinas e autoridade: a função criou o órgão.
Os atletas que caminham diariamente desenvolveram maior resistência e musculatura nas pernas — num sentido prático, a função criou o órgão.
Na empresa, a necessidade de resposta rápida levou à criação de uma equipa dedicada: a função acabou por gerar a estrutura correspondente.

Teoria da selecção natural: características adaptativas resultam de variação e selecção, não apenas do uso directo.
Deriva genética e constrangimentos de desenvolvimento podem limitar ou orientar a forma e a função.
Em muitos casos, estruturas surgem por exaptação (uma característica adquire nova função) em vez de ser criada directamente pelo uso.