A inimigo que foge, ponte de prata.
Convite à prudência: é preferível deixar o adversário retirar-se do que persegui‑lo, por razões tácticas ou práticas.
Versão neutra
É preferível permitir que um adversário fuja quando a sua retirada reduz o perigo ou o custo do conflito.
Faqs
- O provérbio aconselha sempre a não perseguir o adversário?
Não necessariamente. Recomenda prudência e avaliação de custos: às vezes é melhor não perseguir, noutras é imprescindível agir para garantir justiça ou segurança. - É um provérbio de origem militar?
Tem um tom táctico que se adapta bem a contextos militares e de conflito, mas é usado também em negociações, política e situações do quotidiano. - Pode ser interpretado como incentivo à impunidade?
Pode ser se aplicado sem critério. O provérbio realça conveniência prática, não pretende justificar injustiças ou permitir actos repetidos sem consequências.
Notas de uso
- Usa‑se em contextos de estratégia (militar, negociações, competições) ou quando a continuação do conflito traz mais custos do que benefícios.
- Tem tom pragmático e não implica automaticamente compaixão moral; realça cálculo de vantagens e riscos.
- Evita‑se usar quando a perseguição é necessária por razões de justiça, segurança pública ou para impedir danos maiores.
- É um provérbio tradicional; ao empregá‑lo num discurso formal, convém clarificar a intenção (táctica vs moral).
Exemplos
- Numa negociação desgastada, o diretor decidiu não insistir nas cláusulas mais controversas — a inimigo que foge, ponte de prata; preferiu garantir um acordo rápido.
- Depois do protesto ter perdido força, as autoridades optaram por não escalonar as detenções: às vezes, a melhor opção é recuar e deixar que os ânimos se acalmem.
Variações Sinónimos
- Ao inimigo que foge, ponte de prata
- Al enemigo que huye, puente de plata (castelhano, forma equivalente)
- A quem foge, não se fecha a porta (variante de sentido semelhante)
Relacionados
- Não desperdiçar recursos em combates já ganhos
- Mais vale prevenir do que remediar (no sentido de evitar danos maiores)
- Não bater em morto (expressão popular com sentido próximo)
Contrapontos
- Perseguir o inimigo pode ser necessário para assegurar justiça, prender criminosos ou evitar que se reorganize e cause mais danos.
- A tolerância táctico‑prática pode ser vista como cobardia ou impunidade se conduz a repetição de actos ofensivos.
- Decidir entre deixar fugir ou perseguir exige avaliação de riscos, leis aplicáveis e consequências éticas.
Equivalentes
- espanhol
Al enemigo que huye, puente de plata. - inglês
To a fleeing enemy, a silver bridge (tradução literal). - francês
À l'ennemi qui fuit, pont d'argent (tradução literal). - italiano
Al nemico che fugge, ponte d'argento (tradução literal). - alemão
Dem fliehenden Feind eine Silberbrücke (tradução literal).