A isca é que engana, e não o pescador nem a canoa.

A isca é que engana, e não o pescador nem a cano ... A isca é que engana, e não o pescador nem a canoa.

O engodo ou a armadilha é o que ilude; a culpa pelo engano recai sobre aquilo que atrai, não necessariamente sobre quem o usa ou o contexto.

Versão neutra

É a isca que engana, não o pescador nem a canoa.

Faqs

  • Quando é adequado usar este provérbio?
    Quando se pretende enfatizar que um engano resulta de um atrativo, oferta ou meio enganador, e não necessariamente da pessoa que o utiliza ou do lugar onde ocorreu.
  • O provérbio exonera sempre a responsabilidade humana?
    Não. Serve para apontar o papel do engodo, mas não deve ser usado para justificar atos intencionais de quem criou ou propagou a isca.
  • É um provérbio de uso comum e formal?
    É mais idiomático e usado em registo informal ou coloquial para ilustrar situações de engano; em contextos formais recorre‑se a linguagem mais direta.

Notas de uso

  • Usa-se para deslocar a responsabilidade do agente humano para o objeto, oferta ou circunstância que induz ao erro.
  • Aplica-se tanto em situações literais (pesca) como metafóricas (publicidade enganosa, promessas políticas, tentação).
  • Não deve servir para eximir sempre pessoas de responsabilidade: o contexto e a intenção podem justificar apontar o agente humano.

Exemplos

  • Numa campanha eleitoral cheia de promessas falsas, muitos disseram que a isca é que engana, não o político que a prometeu — criticavam a oferta enganosa.
  • Quando o cliente reclamou do produto que parecia outra coisa na publicidade, o vendedor respondeu que a isca é que engana, não a loja nem o empregado.

Variações Sinónimos

  • A isca engana, não o pescador.
  • Não é o homem nem a barca que enganam, é a isca.
  • Quem se deixa levar é a presa, não o pescador.

Relacionados

  • Nem tudo o que reluz é ouro (a aparência pode enganar).
  • A ocasião faz o ladrão (a situação cria a tentação).
  • Cuidado com as promessas fáceis (advertência sobre engodos)

Contrapontos

  • Em muitos casos, quem prepara a isca (quem cria o engodo) tem responsabilidade moral ou legal pelo resultado.
  • O comportamento do pescador (ou do intermediário) pode agravar o engano — por exemplo, ocultando riscos ou omissões importantes.
  • Nem sempre é possível separar totalmente o objeto do agente: às vezes ambos contribuem para o prejuízo.

Equivalentes

  • inglês
    It's the bait that deceives, not the fisherman or the boat.
  • espanhol
    La carnada engaña, no el pescador ni la barca.
  • francês
    C'est l'appât qui trompe, pas le pêcheur ni la barque.
  • alemão
    Es ist der Köder, der täuscht, nicht der Fischer oder das Boot.