A língua do maldizente e a orelha do que o ouve, são irmãs.

A língua do maldizente e a orelha do que o ouve,  ... A língua do maldizente e a orelha do que o ouve, são irmãs.

Sublinhar a responsabilidade partilhada entre quem difama e quem escuta: o boato só se propaga com quem lhe dá ouvidos.

Versão neutra

Quem difama e quem ouve são ambos responsáveis pela propagação da calúnia.

Faqs

  • Quando se deve usar este provérbio?
    Usa‑se para alertar sobre a propagação de rumores ou para censurar tanto quem inventa difamações como quem lhes dá ouvidos e as espalha.
  • O provérbio considera o ouvinte tão culpado quanto o falador?
    Sugere cumplicidade do ouvinte na difusão, mas não pretende igualar automaticamente culpa; depende do contexto e da intenção de cada um.
  • Como evitar ser a 'orelha' que espalha boatos?
    Verificar fontes, recusar repetir rumores, aconselhar o interlocutor a falar diretamente com as partes envolvidas e, quando necessário, não partilhar a informação.
  • Há situações em que ouvir e reportar informação é correto?
    Sim: em casos de risco, crime ou perigo para terceiros, ouvir e comunicar às autoridades ou a instâncias competentes é uma obrigação ética e legal.

Notas de uso

  • Usa‑se para advertir tanto o falador que espalha calúnias como o ouvinte que alimenta a sua difusão.
  • Emprega‑se em contextos sociais e profissionais para sublinhar a importância de não dar audiência a rumores.
  • Pode ter tom pedagógico (aconselhar reserva) ou censurador (acusar cumplicidade do ouvinte).

Exemplos

  • Quando ouviu o boato sobre o colega, ela lembrou‑lhe: «A língua do maldizente e a orelha do que o ouve, são irmãs» — por isso não dava continuidade à história.
  • O chefe repreendeu a equipa depois de o rumor se espalhar: «Lembrem‑se deste provérbio: a língua do maldizente e a orelha do que o ouve, são irmãs».

Variações Sinónimos

  • A língua do caluniador e a orelha do que a ouve são irmãs.
  • Quem fala e quem ouve tornam-se cúmplices do boato.
  • Gossip precisa de ouvidos (variação moderna).

Relacionados

  • Quem conta um segredo a dois, perde‑o para três.
  • Em boca fechada não entra mosca.
  • Quem semeia ventos colhe tempestades.

Contrapontos

  • Nem sempre o ouvinte é moralmente equivalente ao maldizente: pode ser informado sem intenção de propagar.
  • Em alguns casos, ouvir e denunciar pode ser um dever (ex.: violência, perigo público), pelo que não é sempre censurável partilhar informação.
  • A responsabilidade de quem inventa ou exagera a informação costuma ser maior do que a do mero receptor.

Equivalentes

  • Inglês
    The slanderer's tongue and the listener's ear are sisters / Gossip needs a listener.
  • Espanhol
    La lengua del calumniador y la oreja del que lo oye son hermanas.
  • Francês
    La langue du calomniateur et l'oreille de celui qui l'entend sont sœurs.