A medicina ensina a curar os doentes; a arte da guerra, a matar os sãos.
Contrapõe os fins da medicina (cuidar e restabelecer) aos da guerra (provocar dano ao inimigo), criticando ou ironizando prioridades sociais e morais.
Versão neutra
A medicina tem como objectivo curar os doentes; a arte da guerra, derrotar — muitas vezes matando — os que estão em pleno.
Faqs
- Qual é a ideia central deste provérbio?
Contrapor os objetivos da medicina (restauro da saúde) e da guerra (provocar dano ao adversário), muitas vezes para criticar prioridades sociais ou éticas. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Em discussões críticas sobre política pública, orçamentos de Estado (saúde vs. defesa), ou debates morais sobre violência e cuidado. Evite-o em contextos sensíveis sem explicação, pois pode parecer insensível. - É ofensivo ou violento usar este provérbio?
O provérbio refere-se à violência da guerra e usa a palavra ‘matar’, o que pode chocar. É sobretudo uma afirmação crítica; use-a com cuidado e contexto para não trivializar a violência.
Notas de uso
- Registo crítico e reflexivo; usado para destacar contradições éticas entre profissões ou actividades.
- Empregado em contextos de discussão sobre prioridades públicas, orçamentos entre saúde e defesa, ou ao avaliar mentalidades que valorizam a força sobre o cuidado.
- Pode ser usado de forma irónica para criticar a militarização de políticas ou, inversamente, para denunciar a violência inerente às guerras.
Exemplos
- Numa conferência sobre prioridades do Estado, o orador citou o provérbio: «A medicina ensina a curar os doentes; a arte da guerra, a matar os sãos», para sublinhar a dissonância entre investimento em saúde e em defesa.
- Ao discutir a militarização de certas políticas, Maria observou que o provérbio resume bem a diferença de finalidade entre médicos e militares: um restaura, o outro causa destruição.
Variações Sinónimos
- A medicina cura; a guerra mata.
- A arte de curar salva; a arte da guerra extermina.
- Os médicos curam os doentes; os soldados ferem (ou matam) os sãos.
Relacionados
- À guerra como à guerra (expressão sobre aceitarem medidas próprias ao conflito)
- Primum non nocere — princípio médico ‘primeiro não causar dano’
- Provérbios e aforismos que contrapõem cuidado e violência
Contrapontos
- Nem toda a guerra tem como único objectivo matar; há estratégias que visam dissuadir ou incapacitar sem extermínio em massa.
- A medicina também pode causar dano (efeitos secundários, erros médicos), pelo que o contraste nem sempre é absoluto.
- Interpretação moderna: a frase pode ser entendida como crítica social às prioridades que privilegiam poder militar em detrimento da saúde pública.
Equivalentes
- Inglês
Medicine teaches to cure the sick; the art of war to kill the healthy. - Espanhol
La medicina enseña a curar a los enfermos; el arte de la guerra, a matar a los sanos.