À mulher, roca, e ao marido, espada.
Atribui-se tradicionalmente às mulheres o trabalho doméstico (simbolizado pela roca) e aos homens o trabalho de combate ou público (simbolizado pela espada).
Versão neutra
Historicamente, atribuíam-se à mulher tarefas domésticas e ao homem tarefas militares ou públicas.
Faqs
- O provérbio é ofensivo?
Pode ser. Reflete papéis de género tradicionais que hoje são considerados discriminatórios. Em contextos contemporâneos, é sensível e deve ser usado com cuidado ou criticado explicitamente. - Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado em análises históricas, literárias ou antropológicas para descrever mentalidades passadas. Evite-o como recomendação normativa para comportamentos actuais. - Qual é a origem do provérbio?
A origem precisa é desconhecida; trata-se de um provérbio da tradição oral portuguesa com provável origem medieval, quando as divisões de trabalho por sexo eram culturalmente institucionalizadas. - Há variantes do provérbio?
Sim; existem formas regionais e variações na formulação, todas com a mesma ideia central de atribuição de tarefas por género.
Notas de uso
- Expressa um papel tradicional e historicizado dos géneros; hoje é considerado anacrónico e pode ser ofensivo.
- Usa-se sobretudo em contextos históricos, académicos ou críticos para descrever mentalidades passadas.
- Em linguagem corrente, evitar como afirmação prescritiva sobre capacidades ou papéis de mulheres e homens.
- Pode aparecer em citações literárias ou discussões sobre cultura e história de género; nesses casos, convém clarificar a intenção (descritiva, analítica ou irónica).
Exemplos
- Num estudo sobre mentalidades rurais do século XVII, o autor cita «À mulher, roca, e ao marido, espada» para ilustrar a distribuição tradicional de tarefas.
- Quando ouvi o provérbio, usei-o de forma crítica: não aceito que «À mulher, roca, e ao marido, espada» continue a justificar desigualdades no trabalho doméstico.
Variações Sinónimos
- À mulher, roca; ao homem, espada.
- À mulher a roca, ao marido a espada.
- À mulher o fuso, ao homem a espada.
Relacionados
- A mulher e o roupeiro (variações regionais que remetem para papeis domésticos)
- Provérbios que exprimem papéis fixos, por exemplo «Cada um no seu lugar» (usado de modo geral para defender papéis atribuídos).
Contrapontos
- O lugar da mulher é onde ela quiser (afirmação moderna de autodeterminação).
- Mulher e homem com capacidades iguais; papéis não dependem do sexo (princípio da igualdade).
- Divisão equitativa das tarefas domésticas e parentais.
Equivalentes
- Português (tradução literal)
À mulher, roca; ao homem, espada. - Espanhol
A la mujer, rueca; al marido, espada. - Inglês
To the woman the distaff, to the husband the sword (equivalent idea: "A woman's place is in the home"). - Francês
À la femme le rouet, à l'homme l'épée.