Mal vai a casa onde a roca manda a espada.
Vai mal a casa quando funções ou autoridades incompatíveis se invertem: quem não tem competência ou autoridade controla quem detém poder ou força, causando desordem.
Versão neutra
Vai mal o lar quando quem não tem competência manda sobre quem tem a força ou a responsabilidade.
Faqs
- O que significa exactamente este provérbio?
Significa que há problemas quando quem não tem autoridade, competência ou meios manda sobre quem os tem; é uma crítica à inversão de papéis que causa desordem ou decisões inadequadas. - Qual é a origem do ditado?
É um provérbio popular português de origem incerta e antiga. Usa símbolos tradicionais (roca — trabalho doméstico; espada — força/militar) para opor esferas distintas. - É um provérbio sexista?
Pode ser interpretado como tal, porque associa a roca (trabalho doméstico historicamente feminino) a incapacidade frente à espada. Hoje recomenda‑se cautela ao usá‑lo para não reforçar estereótipos de género. - Quando devo usar este provérbio?
Use-o com moderação em contextos críticos ou irónicos para apontar uma má distribuição de autoridade ou falta de competência na quem toma decisões.
Notas de uso
- Usa-se para criticar situações em que decisões de quem não tem competência substituem as de quem tem o poder, experiência ou meios apropriados.
- Trata-se de um provérbio arcaico; hoje pode aparecer em contextos figurados (empresas, política, família) e em tom crítico ou irónico.
- Deve ter-se cuidado com leituras literais ou com interpretações que reforcem estereótipos de género — a imagem da 'roca' refere-se ao domínio doméstico e é historicamente associada a mulheres.
Exemplos
- Na reunião da empresa, o CEO que deixou decisões técnicas a quem não conhece os processos foi lembrado com um sorriso: «Mal vai a casa onde a roca manda a espada.»
- Quando a defesa nacional é decidida por quem desconhece a matéria, muitos comentaram que «mal vai a casa onde a roca manda a espada», criticando a inversão de papéis.
Variações Sinónimos
- Mal vai a casa onde a roca manda
- Quando a roca manda, a espada vai mal
- Vai mal a casa quando a ordem se inverte
- Quem não sabe mandar, manda; quem sabe, obedece
Relacionados
- Cada macaco no seu galho
- Não se devem misturar alhos com bugalhos
- Cada coisa a seu dono
Contrapontos
- Interpretação crítica: o provérbio pode reflectir preconceitos de género, já que associa a roca (atribuída ao feminino/doméstico) à incapacidade de gerir a violência/situações de força.
- Leitura alternativa: a frase adverte genericamente contra a usurpação de competências por parte de quem é inexperiente, sem referência obrigatória ao género.
- Contraponto democrático: em regimes civis, é frequentemente desejável que poderes militares sejam controlados por instâncias civis — portanto, nem toda inversão de papéis é negativa.
Equivalentes
- inglês
When the tail wags the dog (the small/seemingly weaker part controls the whole) - francês
Quand la queue remue le chien (equivalente conceptual)