À noite põe-se muito bacelo; de manhã está todo murcho.
Adverte sobre a efemeridade das aparências, entusiasmos ou promessas: o que parece grandioso ou vigoroso num momento pode desaparecer rapidamente.
Versão neutra
O que hoje parece florido pode murchar amanhã.
Faqs
- O provérbio refere‑se a quê originalmente?
Não há origem documentada específica; vem da sabedoria popular e usa metáforas agrícolas (flores, frutos) para transmitir uma lição sobre a transitoriedade das aparências e entusiasmos. - Quando é apropriado usar este provérbio?
É apropriado ao comentar resultados passageiros — por exemplo, críticas a soluções improvisadas, promessas políticas de prazo curto ou produtos que perdem qualidade rapidamente. - É um provérbio formal ou informal?
Tem registo coloquial e é mais comum em linguagem falada; funciona bem em comentários críticos, textos de opinião ou conversas informais.
Notas de uso
- Usa‑se para criticar entusiasmos passageiros, trabalho feito à última hora ou promessas que não se sustentam.
- Tom normalmente moralizante ou cauteloso; pode ser proferido de forma irónica.
- Registo coloquial e de tradição popular — usado tanto em zonas rurais como urbanas em PT‑PT.
- Aplicável a coisas concretas (frutos, plantações) e a situações sociais (compromissos, campanhas, iniciativas).
Exemplos
- O candidato fez grandes promessas na véspera do voto; lembraram‑lhe que 'à noite põe‑se muito bacelo; de manhã está todo murcho' quando as propostas não foram aplicadas.
- O aluno deixou tudo para a última noite e apresentou um trabalho cheio de brilho superficial — resultado: o professor notou que 'à noite põe‑se muito bacelo; de manhã está todo murcho'.
- Comprámos frutas após a feira porque pareciam enormes, mas no dia seguinte estava tudo murcho — uma situação literal do provérbio.
Variações Sinónimos
- O que hoje floresce, amanhã pode murchar.
- Nem tudo o que reluz é ouro.
- A alegria de um dia não faz a vida inteira.
Relacionados
- Nem tudo o que reluz é ouro (sobre aparências enganosas).
- Cuidado com as promessas de última hora (dito popular contemporâneo).
Contrapontos
- Quem semeia colhe — destaca persistência e consequências do trabalho regular (contrapõe a ideia de efemeridade com a de resultados duradouros).
- Devagar se vai ao longe — valoriza constância e planeamento, o oposto do brilho momentâneo sem substância.
Equivalentes
- inglês
All that glitters is not gold / Something that looks good now may not last. - espanhol
Lo que brilla no siempre es oro / Lo que hoy está bien puede marchitarse mañana. - francês
Tout ce qui brille n'est pas d'or.