A quem a fortuna deseja destruir, ela o torna louco.
Sugere que, quando a desgraça ou o destino preparam a queda de alguém, isso se manifesta por perda de juízo ou por acções irracionais que precipitam a ruína.
Versão neutra
Quando a ruína de alguém é iminente, as circunstâncias tendem a fazê‑lo agir de forma irracional, acelerando a sua queda.
Faqs
- Este provérbio é literal sobre a fortuna causar doença mental?
Não. O provérbio é metafórico: refere‑se a comportamentos autodestrutivos ou decisões irracionais que aceleram a queda, não à etiologia clínica de doenças mentais. - Qual é a origem deste aforismo?
A ideia é antiga e aparece em obras gregas e latinas; a forma latina 'Quos vult perdere, Jupiter dementat' é a mais conhecida, mas a formulação portuguesa é uma adaptação proverbial de tradição europeia. - É apropriado usar este provérbio em contexto jornalístico?
Pode ser usado para comentar simbolicamente a derrocada de figuras públicas, mas convém evitar linguagem que estigmatize problemas de saúde mental ou que sugira determinismo sem evidência.
Notas de uso
- Usa‑se sobretudo de modo figurado para caracterizar comportamentos autodestrutivos ou decisões irracionais que levam à ruína.
- Tem tom fatalista; recomenda‑se cautela no uso em contextos que impliquem determinismo moral ou atribuição causal directa à 'sorte'.
- É apropriado em análises literárias, históricas ou coloquiais, menos em contextos clínicos, onde 'loucura' não deve ser confundida com doença mental.
- Pode servir para comentar a degradação moral ou psicológica de figuras públicas cujas acções conduzem à queda.
Exemplos
- No romance, o protagonista ganha poder e depois começa a tomar decisões cada vez mais erradas; o crítico escreveu que 'a quem a fortuna deseja destruir, ela o torna louco'.
- Após a série de más escolhas financeiras, os amigos comentavam que parecia ter acontecido o proverbial: a quem a fortuna deseja destruir, ela o torna louco.
- Num debate sobre corrupção, alguém usou o provérbio para ilustrar como a impunidade pode levar à perda de juízo e à autodestruição política.
Variações Sinónimos
- A quem os deuses querem perder, primeiro enlouquecem.
- Quem o destino quer perder, primeiro o ensurdece/louquece.
- Aos que a sorte quer arruinar, tira‑lhes a razão.
Relacionados
- Quem tudo quer, tudo perde.
- Quem semeia ventos, colhe tempestades.
- A sorte é caprichosa.
Contrapontos
- Nem toda desgraça resulta de perda de juízo; muitas ruínas derivam de circunstâncias externas e de decisões racionais mal informadas.
- Atribuir a queda apenas à 'fortuna' pode ocultar responsabilidades individuais ou estruturas sociais que contribuem para a ruína.
- Do ponto de vista psicológico, stress e pressão podem levar a más decisões sem que se trate de 'loucura' no sentido clínico.
Equivalentes
- Latim
Quos vult perdere, Jupiter dementat. - Inglês
Whom the gods would destroy, they first make mad. - Espanhol
A quien quieren perder los dioses, lo vuelven loco. - Francês
Ceux que les dieux veulent perdre, ils les rendent fous.