A raposa não mata galinha onde tem os filhos.
Não se prejudica o local ou as pessoas onde se têm interesses, dependentes ou responsabilidades.
Versão neutra
Quem tem interesses, dependentes ou responsabilidades num lugar evita prejudicá‑lo.
Faqs
- Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se quer sublinhar que alguém evita prejudicar um local, uma instituição ou pessoas onde tem interesses, responsabilidades ou vínculos afectivos. - O provérbio justifica proteger apenas os próprios interesses?
Não — descreve um comportamento comum. Usá‑lo para legitimar favoritismos, corrupção ou falta de ética é problemático. - É um provérbio literal sobre raposas?
Não. É metáfora: a raposa representa alguém astuto que se absteém de causar dano onde tem algo a perder.
Notas de uso
- Usa-se para aconselhar prudência e defesa de interesses próprios em contexto pessoal, familiar ou profissional.
- Pode funcionar como crítica velada à hipocrisia: alguém evita dano onde tem algo a perder, mas pode prejudicar noutro lado.
- Registo: informal a neutro; comum em conversas coloquiais e conselhos práticos.
- Não é literal — refere-se a restrições motivadas por vínculos ou interesses, não a regras morais universais.
Exemplos
- O senhor da empresa não fechou a fábrica local apesar dos prejuízos; afinal, a raposa não mata galinha onde tem os filhos — muitos empregados são da sua família.
- Quando soube que a proposta ia prejudicar a sua própria comunidade, recusou assiná‑la; explicou que não podia agir assim: a raposa não mata galinha onde tem os filhos.
Variações Sinónimos
- A raposa não ataca a galinha onde cria os seus jovens.
- Onde tem os filhos, a raposa não mata a galinha.
- Não mordas a mão que te dá de comer.
- Não se destrói aquilo de que se depende.
Relacionados
- Não mordas a mão que te dá de comer (não prejudicar quem nos sustenta)
- Quem tem telhado de vidro não atira pedras ao dos outros (evitar hipocrisia)
- Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar (prudência perante o risco)
Contrapontos
- O provérbio não justifica protegismos ilícitos ou corrupção — em contextos éticos ou legais, proteger interesses próprios pode ser condenável.
- Nem sempre se aplica: em situações de necessidade extrema, alguém pode prejudicar o seu próprio ambiente (ex.: fome, conflito).
- Pode ser usado para desculpar omissão ou falta de solidariedade para com terceiros, o que é criticável.
Equivalentes
- Inglês
Don't bite the hand that feeds you. - Espanhol
No muerdas la mano que te da de comer. - Francês
Ne mordez pas la main qui vous nourrit.