Abundância gera fastio.
O excesso de algo tende a reduzir o interesse, o apreço ou a satisfação por isso.
Versão neutra
O excesso torna as coisas menos apetecíveis.
Faqs
- Significa que tudo o que é abundante se torna inútil?
Não. O provérbio aponta uma tendência psicológica: o excesso pode reduzir o prazer ou apreço, mas não torna necessariamente algo inútil. O contexto e a gestão do excesso determinam o resultado. - Aplica‑se a bens materiais e também a relações humanas?
Sim. Aplica‑se a situações em que a repetição ou excesso leva à perda de interesse, seja em consumo, lazer, trabalho ou relações pessoais. - É sempre negativo ter abundância?
Não. A abundância pode ser positiva (segurança, acesso, oportunidade). O provérbio serve como aviso sobre um efeito psicológico comum, não como regra absoluta. - Como evitar o 'fastio' quando há abundância?
Práticas como limitação voluntária, rotatividade, foco na qualidade, e valorização deliberada (mindfulness) ajudam a manter o apreço mesmo na abundância.
Notas de uso
- Usado para alertar sobre os efeitos negativos do excesso em vez da falta.
- Aplica-se a bens materiais, comida, opções, trabalho, produção criativa e relações pessoais.
- Tom aconselhador; mais frequente em registos formais ou aforísticos do que na conversação quotidiana.
- Pode ser interpretado como socioeconómico (consumo) ou psicológico (habitação ao estímulo).
Exemplos
- Na festa havia tanta comida que, ao fim de uma hora, muitos convidados já não tinham vontade de provar nada — prova de que a abundância gera fastio.
- Quando uma série televisiva prolonga muitas temporadas sem renovar a história, a audiência perde o entusiasmo: abundância gera fastio.
- A loja multiplicou as promoções e acabou por saturar os clientes; a abundância de ofertas reduziu o desejo de compra.
Variações Sinónimos
- O que é demais enjoa.
- Demasiado estraga.
- Mais não é melhor quando é em excesso.
- Onde tudo há, pouco se aprecia.
Relacionados
- Quem tudo quer, tudo perde (relacionado à consequência de ter em excesso e falta de medida).
- Mais vale pouco e bom (valoriza a qualidade sobre a quantidade).
- O que é demasiado enjoa (variação popular).
Contrapontos
- Abundância pode trazer segurança e bem‑estar (ex.: acesso a alimentos e saúde).
- Em contextos económicos, a oferta abundante pode reduzir preços e beneficiar consumidores.
- Para algumas pessoas, variedade e abundância estimulam criatividade e oportunidade; o fastio não é inevitável.
Equivalentes
- Inglês
Too much of a good thing. - Espanhol
Lo que es demasiado, enfada / Lo que mucho abunda, poco dura (variações regionais). - Francês
Trop de choses tue le plaisir (variação: trop de bonnes choses). - Alemão
Zu viel des Guten. - Italiano
Troppo stroppia / Il troppo stroppia.