Ainda bem não põe o pé, e logo faz pegada.

Ainda bem não põe o pé, e logo faz pegada.
 ... Ainda bem não põe o pé, e logo faz pegada.

Mesmo o que não chega a acontecer pode deixar consequências ou sinais; intenções, boatos ou quase‑acontecimentos marcam o ambiente.

Versão neutra

Mesmo o que não acontece pode deixar marcas.

Faqs

  • Quando devo usar este provérbio?
    Use‑o ao explicar que um quase‑acontecimento, um boato ou uma intenção não consumada teve efeitos perceptíveis — por exemplo sobre reputação, relações ou clima social.
  • É um provérbio crítico ou moralizante?
    É sobretudo observacional e preventivo: chama a atenção para consequências não óbvias, sem condenar necessariamente quem actua.
  • Tem origem conhecida?
    Não há autoria conhecida; pertence ao património oral do português, com variantes regionais registadas.
  • Pode ser usado em contextos formais?
    Sim, em textos ou discursos que abordem reputação e consequências. Em meios muito formais, prefira a versão neutra: 'Mesmo o que não acontece pode deixar marcas.'

Notas de uso

  • Usa‑se para sublinhar que um perigo evitado, um boato desmentido ou uma intenção não consumada pode ainda assim produzir efeitos.
  • Tom de advertência: lembra que não basta evitar um acto para anular todas as repercussões — as marcas (pegadas) permanecem.
  • Adequado em contextos sociais e profissionais ao falar de reputação, rumorologia, e consequências de quase‑acções.
  • Não é uma expressão ofensiva; serve mais como observação pragmática do efeito de actos e palavras.

Exemplos

  • A novela acabou por não se concretizar, mas as suspeitas ficaram — ainda bem não põe o pé, e logo faz pegada.
  • Mesmo sem ser formalmente despedida, a funcionária sofreu uma queda na confiança da equipa: há coisas que, mesmo não acontecendo, fazem pegada.
  • Depois do boato desmentido, já se tinha criado divisão entre colegas; às vezes é verdade — quem não põe o pé também deixa rasto.

Variações Sinónimos

  • Ainda que não pouse o pé, deixa pegada.
  • Mesmo sem entrar, deixa rasto.
  • O que não é feito também deixa marcas.

Relacionados

  • As palavras vão e vêm, as obras ficam.
  • Uma andorinha não faz verão.
  • Quem semeia ventos colhe tempestades.

Contrapontos

  • Em boca fechada não entra mosca. (sugere que o silêncio evita consequências)
  • Quem nada faz, nada estraga. (implica ausência de consequências quando não há acção)

Equivalentes

  • Inglês
    Even what doesn't happen can leave a mark / Every action (or event) leaves traces.
  • Espanhol
    Aunque no suceda, deja huella.
  • Francês
    Ce qui n'arrive pas peut quand même laisser des traces.
  • Alemão
    Auch Ungefähres hinterlässt Spuren. (equivalente aproximado)