Ainda que a garça vá alta, o falcão a mata.

Ainda que a garça vá alta, o falcão a mata.
 ... Ainda que a garça vá alta, o falcão a mata.

Mesmo que alguém se julgue intocável, quem tem poder ou meios acabará por o alcançar; inevitabilidade das consequências ou do castigo.

Versão neutra

Mesmo que a garça voe muito alto, o falcão acabará por a atingir.

Faqs

  • Quando devo usar este provérbio?
    Quando se quer sublinhar que alguém ou algo não está acima das consequências — por exemplo, ao comentar corrupção, impunidade ou excesso de confiança.
  • É um provérbio ofensivo?
    Não é inerentemente ofensivo; é uma metáfora de inevitabilidade. Contudo, aplicado diretamente a uma pessoa pode soar acusatório ou moralizador.
  • Tem origem conhecida na literatura ou na tradição oral?
    A origem exacta não é documentada aqui; trata-se de uma imagem típica da tradição popular que recorre a aves de rapina como símbolo de poder.

Notas de uso

  • Provérbio de tom cautelar: alerta contra a arrogância e a sensação de impunidade.
  • Usa uma imagem natural (pássaros predador/prole) como metáfora de relações de poder e consequências.
  • Registo popular e proverbial; apropriado para conversas informais e textos de opinião. Pode soar moralizador se aplicado diretamente a uma pessoa.
  • Não deve ser interpretado literalmente; refere-se a consequências sociais, legais ou inevitáveis, não a violência física necessária.

Exemplos

  • O empresário pensava que ninguém o poderia tocar depois dos esquemas, mas os inspetores chegaram: ainda que a garça vá alta, o falcão a mata.
  • Depois de meses a fugir às responsabilidades, ela acabou por ser chamada à pedra — ainda que a garça vá alta, o falcão a mata.
  • Na política, quem se acha acima das regras pode ser surpreendido por investigações: ainda que a garça vá alta, o falcão a mata.

Variações Sinónimos

  • Por muito alto que voe a garça, o falcão alcança-a.
  • Mesmo que subas, há sempre quem te possa derrubar.
  • Não há impunidade que dure para sempre.

Relacionados

  • Quem semeia vento, colhe tempestades. (consequências inevitáveis)
  • Mais cedo ou mais tarde a verdade vem ao de cima. (inevitabilidade)
  • Quem muito se exalta, pouco segura. (advertência contra a arrogância)

Contrapontos

  • A força nem sempre vence: a astúcia, a preparação ou a proteção podem impedir a queda.
  • Existem situações em que a impunidade persiste; o provérbio aplica-se sobretudo quando há mecanismos que permitem responsabilizar.
  • Aliança e solidariedade podem proteger os mais frágeis: nem sempre o predador vence a presa.

Equivalentes

  • inglês
    No matter how high the heron flies, the hawk will get it (equivalent: 'You can run, but you can't hide').
  • espanhol
    Por muy alto que vuele la garza, el halcón la alcanza.
  • francês
    Aussi haut que vole la huppe, le faucon peut l'atteindre.
  • chinês (mandarim)
    无论苍鹭飞得多高,苍鹰终会抓到它。