Alma ruim é que faz visagem.
Uma consciência má ou culpada tende a imaginar ameaças ou a ver fantasmas — metaforicamente, quem tem más intenções cria problemas ou vive com suspeitas.
Versão neutra
Quem tem má consciência tende a imaginar perigos ou a criar problemas.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio?
Significa que uma pessoa de má consciência ou com más intenções tende a imaginar perigos, culpabilizar outros ou criar problemas; metaforicamente, os receios muitas vezes reflectem a própria culpa. - Quando se usa este provérbio?
Usa‑se em contextos informais para criticar alguém que acusa sem razão, vive com suspeitas ou provoca conflitos por má intenção. Não é adequado em contextos formais ou legais. - É ofensivo chamar alguém com este provérbio?
Pode ser. Tem um tom acusatório — implica má índole ou culpa — pelo que é melhor evitar direcções pessoais em situações sensíveis. - Tem origem literária conhecida?
Não há registo definitivo de autoria; trata‑se de um provérbio popular transmitido oralmente em Portugal.
Notas de uso
- Uso coloquial, geralmente para apontar que a suspeita ou o medo de alguém provêm da sua própria culpa ou má índole.
- Pode ter duplo sentido: referir-se tanto a (a) pessoas com tendência a inventar problemas/mentiras como a (b) uma consciência culpada que faz a pessoa ver perigos onde não há.
- Tom acusatório — pode ofender se usado directamente contra alguém; usar com cuidado em contextos formais.
- Mais comum em registos informais e em provérbios ditos de forma cénica ou pedagógica.
Exemplos
- Quando ele começou a suspeitar do colega sem provas, respondi: "Alma ruim é que faz visagem" — talvez seja a própria culpa a deixá‑lo desconfiado.
- Se andas a inventar histórias sobre os vizinhos, não te admires quando te chamem à atenção: alma ruim é que faz visagem.
- Ela via fantasmas onde não havia; os amigos repetiam que alma ruim é que faz visagem, sugerindo que a ansiedade vinha de dentro.
Variações Sinónimos
- Quem tem má consciência vê fantasmas.
- Quem tem alma culpada faz visagem.
- Quem teme a sua culpa imagina monstros.
Relacionados
- A consciência é o melhor juiz.
- Quem semeia ventos colhe tempestades.
- A culpa tem pernas curtas.
Contrapontos
- Ver para crer (enfatiza a necessidade de provas, não de imaginação).
- Nem tudo o que parece é — alerta contra tirar conclusões com base na paranoia.
Equivalentes
- inglês
"A guilty conscience needs no accuser." (Uma consciência culpada não precisa de acusador) - espanhol
"Conciencia culpable acusa" — expressão aproximada que sinaliza que a culpa gera suspeitas. - francês
"La conscience coupable craint tout." (A consciência culpável teme tudo) — aproximação de sentido.