Ao vivo tudo falta, e ao morto tudo sobra.
Critica a tendência de não valorizar ou de não ajudar uma pessoa enquanto vive, passando a louvá‑la ou a beneficiar dela só depois da sua morte.
Versão neutra
As pessoas normalmente recebem falta de apoio em vida e reconhecimento ou benefícios depois de morrerem.
Faqs
- O que quer dizer exatamente este provérbio?
Significa que muitas pessoas não recebem apoio, reconhecimento ou cuidado enquanto vivem, mas acabam por ser elogiadas, beneficiadas ou lembradas depois de morrerem. - É apropriado usar este provérbio em qualquer contexto?
Funciona bem em conversas informais, críticas sociais ou textos de opinião. Em contextos formais ou quando se fala diretamente com enlutados, pode ser insensível; adapte o tom. - Refere‑se apenas a bens materiais e heranças?
Não exclusivamente. Pode aplicar‑se a bens materiais, elogios, reconhecimento público ou atenção que chega tardiamente. - É um provérbio pessimista?
Tem um tom crítico e por vezes pessimista sobre comportamentos sociais, mas também pode ser usado como advertência para valorizar as pessoas enquanto estão vivas.
Notas de uso
- Usa‑se para comentar ingratidão, reconhecimento póstumo ou aproveitamento após a morte.
- Tom frequentemente irónico ou crítico; pode expressar tristeza ou revolta pela injustiça social.
- Registo informal a médio; adequado em conversas, crónicas ou comentários sociais, menos em contextos formais solenes.
- Não implica necessariamente herança material — pode referir elogios, atenção ou benefícios sociais que surgem depois da morte.
Exemplos
- O João trabalhou a vida inteira e ninguém o ajudou; agora que faleceu, todos dizem o quanto era indispensável — ao vivo tudo falta, e ao morto tudo sobra.
- Quando se discute a reforma da segurança social, alguns lembram‑se: ao vivo tudo falta, e ao morto tudo sobra — criticando as medidas que só beneficiam herdeiros.
- A família só apareceu quando soube da fortuna; é o exemplo clássico de ao vivo tudo falta, e ao morto tudo sobra.
Variações Sinónimos
- Ao vivo falta sempre; ao morto sobra sempre.
- Quando vivo lhe falta, morto lhe sobra.
- Vivo é esquecido, morto é estimado.
Relacionados
- Não se chora o morto que não se conhece (situações de hipocrisia)
- Só se lembra dos mortos quem deles tira proveito
- Não se valoriza o que se tem até o perder
Contrapontos
- Melhor ser pobre e vivo do que rico e morto — enfatiza a preferência pela vida e bem‑estar atual.
- Nem sempre é assim: há quem receba apoio e reconhecimento em vida.
- Algumas culturas valorizam e cuidam dos vivos, evitando o padrão descrito pelo provérbio.
Equivalentes
- espanhol
Vivo todo le falta, y muerto todo le sobra (variação popular similar em castelhano). - inglês
People are often neglected in life and praised after death (equivalent expressing posthumous appreciation). - francês
On n'apprécie pas toujours les gens de leur vivant, mais on les glorifie après leur mort (equivalente aproximado).