Aquele que se acostuma a contrair dívidas, anda com a mentira à garupa
Aquele que se acostuma a contrair dívidas, anda com a mentira à garupa.
Quem habitua a contrair dívidas tende a viver ocultando a sua situação, recorrendo a omissões ou mentiras para manter o hábito.
Versão neutra
Quem se habitua a contrair dívidas acaba por ter de esconder a sua situação financeira.
Faqs
Qual é a ideia central deste provérbio? Que o hábito de contrair dívidas pode levar a uma vida de omissões ou mentiras, porque manter despesas além das possibilidades exige justificar a situação.
Posso usar este provérbio num contexto profissional? Sim, em contextos de aconselhamento financeiro, formação sobre gestão de crédito ou quando se discute comportamento financeiro. Em situações formais, prefira explicações diretas para evitar tom julgador.
Significa isto que toda a dívida é má? Não. O provérbio alerta para o perigo do endividamento habitual e descontrolado. Dívidas bem planeadas e transparentes podem ser instrumentos financeiros válidos.
Notas de uso
Registo: advertência moral e prática; usado em contextos familiares, comunitários ou de aconselhamento financeiro.
Aplicação: refere-se sobretudo ao endividamento habitual por consumo; pode não se aplicar a dívidas contraídas por investimento com planos de pagamento claros.
Tom: crítico, preventivo; serve para alertar sobre consequências sociais e éticas do endividamento repetido.
Não é um diagnóstico económico técnico, antes um aviso cultural sobre riscos comportamentais.
Exemplos
Quando começou a sacar sempre no cartão sem pensar, o pai disse: “Aquele que se acostuma a contrair dívidas, anda com a mentira à garupa”, e propôs cortar despesas.
No conselho de família, a avó usou o provérbio para sublinhar que gastar mais do que se ganha pode obrigar a omissões e desculpas constantes.
Variações Sinónimos
Quem vive a dever vive a mentir.
Quem se habitua a dever, anda sempre com uma desculpa.
A dívida habitual traz sempre a necessidade de engano.
Relacionados
O devedor é servo do credor (provérbio bíblico: 'The borrower is servant to the lender').
Melhor pouco com dignidade do que muito com engano (variação temática).
Contrapontos
Nem toda a dívida conduz à mentira — empréstimos planeados e transparentes (ex.: hipoteca para habitação ou crédito para investimento produtivo) podem ser geridos sem ocultação.
A culpa não é apenas do endividado: taxas elevadas, falta de educação financeira ou condições económicas adversas também contribuem para ciclos de dívida.
Aconselhamento financeiro, renegociação e transparência reduzem o risco de ocultação ou desonestidade.
Equivalentes
inglês He who borrows habitually must often live by deception. / The borrower is servant to the lender.
espanhol Quien se acostumbra a deber, acaba viviendo con excusas y engaños.
francês Celui qui s'habitue à s'endetter vit souvent dans la dissimulation.