Aquele que se aproveita do crime, o comete.

Aquele que se aproveita do crime, o comete.
 ... Aquele que se aproveita do crime, o comete.

Se alguém obtém benefício de um crime, considera‑se que participou ou é moralmente responsável por esse crime.

Versão neutra

Quem beneficia de um crime participa na sua prática.

Faqs

  • Significa isto que quem recebe um bem roubado é automaticamente criminoso?
    Não necessariamente. Legalmente é preciso provar que a pessoa sabia da origem ilícita ou participou do crime. O provérbio expressa uma regra moral e um princípio de responsabilidade, não uma presunção processual automática.
  • Este dito é usado em processo penal?
    Pode orientar a interpretação sobre cumplicidade e proveito ilícito, mas os tribunais exigem provas concretas de conhecimento, intenção ou participação para condenar alguém.
  • Há exceções em que beneficiar‑se de algo ilícito não implica culpa?
    Sim. Exceções incluem situações de boa‑fé, desconhecimento da ilicitude ou casos em que o benefício é acidental e sem relação com a ação criminosa.

Notas de uso

  • Usa‑se tanto em contexto jurídico como em linguagem corrente para assinalar cumplicidade moral ou prática.
  • Não equivale automaticamente a prova legal de autoria:, em tribunal exige‑se demonstração da participação ou da consciência do ilícito.
  • Aplica‑se quando o benefício é resultado directo e intencional do crime; nem todo ganho indirecto implica culpa.
  • Serve como advertência ética: aceitar ou lucrar com bens ilícitos pode implicar responsabilidade.

Exemplos

  • Quando venderam móveis claramente roubados e lucraram com isso, muitos disseram que quem se aproveita do crime também o comete.
  • Num debate sobre corrupção, o juiz lembrou que receber contratos por favores ilícitos é uma forma de se aproveitar do crime e pode configurar crime de participação.

Variações Sinónimos

  • Quem se beneficia de um crime é cúmplice.
  • Quem tira proveito de um crime participa dele.
  • O beneficiário do crime partilha a culpa.

Relacionados

  • Os fins não justificam os meios (contraponto ético).
  • Princípio da cumplicidade e da responsabilidade penal por vantagens obtidas.
  • Boas práticas de diligência: evitar aceitar bens de origem duvidosa.

Contrapontos

  • Legalmente, receber um benefício não prova automaticamente que alguém cometeu o crime: há que demonstrar intenção, conhecimento ou participação.
  • Existem situações de boa‑fé (por exemplo, compra sem saber da origem ilícita) em que a responsabilização penal pode não ocorrer.
  • O provérbio é mais uma regra moral ou arguição jurídica do que uma norma processual: deve ser usado com cautela em alegações formais.

Equivalentes

  • inglês
    He who profits from a crime commits it.
  • espanhol
    El que se aprovecha del crimen, lo comete.
  • francês
    Celui qui profite d'un crime le commet.
  • alemão
    Wer von einem Verbrechen profitiert, begeht es.