Quem cumpre pagamentos ou assume dívidas de outros tende a beneficiar depois — por gratidão, direitos ou circunstâncias que o favorecem.
Versão neutra
Quem paga as dívidas de outro pode acabar por beneficiar dos bens desse outro.
Faqs
O provérbio é literal ou figurado? Pode ser ambos. Literalmente, refere‑se à ideia de que quem paga ou assume dívidas de outro pode acabar por ficar com bens desse outro; figuradamente, indica que quem cumpre ou financia tende a obter influência ou recompensas.
Devo usar este provérbio em contexto formal? É de uso coloquial e pode soar informal ou irónico. Em contextos jurídicos ou formais é preferível explicitar factos em vez de recorrer ao provérbio.
Pagar as dívidas de alguém garante‑me a herança? Não necessariamente. Direitos sobre bens alheios dependem de testamentos, contratos e da lei. O provérbio reflecte uma observação social, não uma regra legal.
Notas de uso
Usa‑se muitas vezes em tom irónico ou proverbial para justificar a vantagem obtida por alguém que pagou dívidas ou assumiu encargos alheios.
Pode ter leitura literal (quem paga as dívidas de outro acaba por ficar com os bens desse outro, por herança ou compensação) ou figurada (quem é generoso/fiável recebe recompensas ou influência).
Registo: popular, coloquial; adequado em conversas informais, textos sobre tradições ou análises culturais.
Não é recomendação jurídica; situações legais variam muito e o pagamento de dívidas não dá, por si só, direito automático à posse de bens alheios.
Exemplos
Ele sempre resolveu os problemas financeiros dos amigos; agora que o testamento foi lido, diz‑se que 'bom pagador herda o alheio' — ficou com parte do espólio.
Quando Maria se ofereceu para pagar as despesas da associação, alguns comentaram ironicamente: 'bom pagador herda o alheio', porque passou a ter voz privilegiada nas decisões.
Variações Sinónimos
Quem paga, herda.
Quem paga as contas dos outros, acaba por ficar com os seus bens.
Quem paga, manda (uso relacionado).
Relacionados
Quem paga, manda (expressão popular sobre influência do financiador).
Boa ação não fica sem paga (variante sobre retribuição).
Contrapontos
Pagar dívidas de outrem não garante direitos legais sobre bens alheios — a herança ou a transferência de bens depende de testamentos, contratos e da legislação aplicada.
O provérbio pode ser usado para justificar comportamentos oportunistas; nem sempre é ético assumir encargos apenas para obter vantagem.
Também pode ser lido como advertência: não assumir dívidas de terceiros sem garantias, porque o benefício esperado pode não acontecer.
Equivalentes
Inglês He who pays the piper calls the tune. (semelhante no sentido de que quem financia tem poder/benefício)
Francês Qui paie commande. (parcialmente equivalente: o financiador tem influência)