Cada um condena o que não tem, para não confessar o que lhe falta.

As pessoas criticam ou desprezam algo que não possuem para evitar admitir a sua própria carência ou insegurança.

Versão neutra

Cada pessoa critica o que não possui para não admitir a sua própria falta.

Quando é apropriado usar este provérbio?
Quando se pretende apontar que uma crítica parece motivada por ressentimento, inveja ou desejo não admitido, e não por uma análise objectiva.
Este provérbio é ofensivo?
Não necessariamente, mas pode ser interpretado como acusatório. Use-o com cuidado para evitar desvalorizar opiniões legítimas.
Como responder a alguém que usa este provérbio contra mim?
Explique as razões da sua posição com factos e exemplos; mostre que a crítica é baseada em análise e não em inveja ou defesa pessoal.
Significa que toda crítica de quem não tem algo é inválida?
Não. O provérbio descreve um fenómeno comum, mas não invalida automaticamente críticas fundamentadas vindas de quem não possui o objecto em questão.

Emprega-se para explicar críticas que parecem provir de ressentimento, inveja ou defesa pessoal.
Tom e contexto: registado, muitas vezes usado de forma crítica quando se quer apontar hipocrisia ou projeção.
Registo: coloquial e moralizante; adequado para análise social, conversas informais e textos opinativos.
Cautela: não deve ser usado para desvalorizar automaticamente toda crítica — há críticas válidas mesmo de quem não tem algo.

Quando viu colegas a elogiar a viagem, criticou o destino sem o ter visitado — cada um condena o que não tem, para não confessar o que lhe falta.
Na discussão sobre promoção, António atirou-se contra o cargo que não conseguiu; os amigos lembraram que muitas vezes se critica o que se desejaria ter.
Nas redes sociais, não raro se ridiculariza um estilo de vida alheio; por vezes é só reflexo de quem nunca o teve.

Quem tem telhado de vidro não atire pedras ao do vizinho (sobre hipocrisia).
Inveja é má conselheira (sobre emoções que geram crítica).
Quem não tem cão, caça com gato (sobre aceitar limitações) — contraponto prático.

Crítica legítima pode vir de quem não tem algo — por exemplo, quem nunca foi atleta pode apontar falhas numa modalidade com base em análise teórica.
Nem toda crítica é motivada por inveja; análise racional e experiência indirecta também explicam oposições.
Usar o provérbio como resposta automática pode silenciar queixas válidas ou impedir diálogo construtivo.

English
People often condemn what they do not have, to avoid admitting their own lack.
Spanish
Cada uno condena lo que no tiene para no confesar lo que le falta.
French
Chacun condamne ce qu'il n'a pas pour ne pas avouer ce qui lui manque.