Em tarefas ou caminhos difíceis, importa mais a robustez ou capacidade do executor do que a sua aparência, estatuto ou género.
Versão neutra
Em caminho difícil, vale quem tem capacidade e resistência, não a aparência.
Faqs
Este provérbio é sexista por mencionar «mulo ou mula»? Não necessariamente. A expressão refere‑se aos animais de carga — usa a distinção de género apenas por forma. O sentido central é funcional: escolher quem ou o que aguenta o percurso, independentemente de atributos sociais.
Quando é apropriado usar este provérbio? Quando se quer enfatizar que numa tarefa árdua o mais importante é a capacidade prática, resistência ou adequação dos meios humanos e materiais, e não a aparência, o título ou formalismos.
Há situações em que este provérbio não se aplica? Sim. Em trabalhos que exigem perícia, delicadeza, formação específica ou onde existem normas de segurança, a escolha deve basear‑se em competência técnica, não apenas força bruta.
Notas de uso
Usa-se para justificar escolha de pessoas, ferramentas ou métodos robustos para tarefas árduas.
Tem conotação prática: valoriza eficiência e adequação ao esforço sobre formalismos ou privilégio.
Pode ser aplicado a contextos profissionais, domésticos ou técnicos, sempre que o esforço físico ou a resistência são determinantes.
Deve evitar‑se em situações onde a competência técnica, sensibilidade ou especialização são cruciais — aí a força por si só não basta.
Exemplos
Na obra da estrada, o engenheiro disse: ‘Para aquele troço inclinado, não interessa a cor do fato — caminho de dura, mulo ou mula.’
Quando tivemos de transportar o equipamento pesado, escolheram-se operários fortes e com experiência: caminho de dura, mulo ou mula.
Ao montar a equipa para a mudança, priorizámos quem conseguia carregar e organizar caixas; não nos preocupámos com títulos formais.
Variações Sinónimos
Caminho duro, mulo ou mula
Para caminho difícil, serve mulo ou mula
Para trabalho pesado, conta mais a força
O que interessa é a capacidade, não a aparência
Relacionados
Quem tem cão não caça com gato (usa-se o que se tem de útil)
Cada macaco no seu galho (cada um deve ir para a função que lhe cabe)
Mais vale quem faz do que quem fala (valorização da ação)
Contrapontos
Em tarefas que exigem técnica, delicadeza ou formação especializada, enviar alguém apenas porque é forte pode ser imprudente.
Usá‑lo como justificativa para excluir pessoas por preconceito seria um mau uso do provérbio — o foco é a aptidão, não discriminar.
Em contextos de segurança, a adequação das qualificações e normas pode sobrepor‑se à mera capacidade física.
Equivalentes
inglês When the going gets tough, the tough get going (os fortes enfrentam o difícil)
inglês Use the right tool for the job (usa‑se a ferramenta/recursos adequados)
espanhol En camino difícil, mejor un animal de carga (variante popular, sentido semelhante)