Cantai ao burro na orelha, ele te pagará com uma parelha.
Alerta contra investir palavras, cuidados ou lisonjas em quem não as merece ou não as compreende — o retorno pode ser inútil ou até prejudicial. A frase tem leitura literal (cantar a um burro) e figurada (desperdiçar esforços em pessoa incapaz ou ingrata).
Versão neutra
Não gastes elogios ou cuidados com quem não os aprecia; podes ficar sem retorno ou ser prejudicado.
Faqs
- O que significa literalmente este provérbio?
Literalmente refere-se a cantar a um burro ao ouvido — acção inútil dada a natureza do animal — e receber em troca uma 'parelha' (retorno inesperado), imagem usada para ilustrar desperdício ou má retribuição. - Quando devo usar este provérbio?
Use-o para advertir alguém de que está a empregar tempo, elogios ou favores com quem não os valoriza ou que pode retribuir mal; funciona melhor em registo coloquial e com ironia leve. - Qual é a sua origem?
A origem exacta é incerta; trata‑se de um ditado popular transmitido oralmente, com variantes regionais no português tradicional.
Notas de uso
- Tom geralmente irónico ou preventivo; usado para aconselhar cautela antes de dar atenções, elogios ou favores.
- Pode enfatizar duas ideias: (a) esforço desperdiçado em quem não aprecia; (b) lisonjas ou boas ações que podem ser retribuídas de forma negativa.
- Adequado em conversas informais e quando se quer dissuadir alguém de insistir com a pessoa errada.
- Uso regional: mais comum em contextos rurais ou em linguagem coloquial, com variantes locais.
Exemplos
- Quando a Mariana quis explicar projectos complexos ao chefe que não se interessa, eu disse: 'Cantai ao burro na orelha, ele te pagará com uma parelha' — não vale a pena insistir.
- Se ofereces conselhos a alguém que não os aceita e só critica, lembra-te do provérbio: às vezes a boa vontade volta-se contra ti.
Variações Sinónimos
- Quem canta ao burro, leva coices.
- Não se dão pérolas a porcos.
- Fala ao tolo e não ganhas nada.
Relacionados
- Não se devem deitar pérolas aos porcos (similar: desperdício de algo valioso)
- Quem semeia ventos colhe tempestades (sobre consequências inesperadas de actos)
Contrapontos
- Quem dá aos pobres, empresta a Deus (defende a generosidade apesar do risco).
- Quem não arrisca não petisca (sugere que a iniciativa pode trazer recompensas apesar do perigo).
Equivalentes
- inglês
Don't cast pearls before swine. - espanhol
No des margaritas a los cerdos.