Cavalo de olho de porco, cachorro calado e homem de fala fina, sempre relancina.
Aviso popular de que animais ou pessoas aparentemente discretas ou com traços estranhos podem ser pouco confiáveis ou causar problemas; silêncio e fala muito suave nem sempre indicam inofensividade.
Versão neutra
Animal de olhar estranho, cão silencioso e homem de fala macia costumam ser desconfiáveis.
Faqs
- O que significa 'relancina' no provérbio?
Relancina é um termo dialectal; no contexto do provérbio refere‑se à tendência de causar problemas, a um comportamento imprevisível ou traiçoeiro. A ideia geral é que a criatura ou pessoa inspira desconfiança. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Usa‑se para advertir alguém a ter cuidado com quem é muito reservado, com comportamentos estranhos ou com aparência enganadora. Deve ser empregado com prudência para não promover julgamentos precipitadas. - É um provérbio ofensivo?
Pode ser entendido como crítico se aplicado a pessoas; tem raízes em observações práticas. Hoje convém evitar usá‑lo para justificar preconceito e preferir avaliar comportamentos concretos.
Notas de uso
- Usa-se para alertar contra confiar cegamente em quem é excessivamente discreto, de aparência estranha ou que fala muito pouco.
- É mais comum em contextos rurais ou familiares, com tom admoestador e não literário.
- Não deve ser usado para justificar preconceitos: o provérbio resume uma observação cultural sobre comportamento, não uma regra absoluta.
- A palavra 'relancina' é dialectal; aqui entende‑se como propensão a provocar desconfiança, problemas ou atitudes imprevisíveis.
Exemplos
- Quando vimos o trabalhador que quase não falava e observava tudo, o ancião murmurou: 'Cavalo de olho de porco...'; quis dizer que devíamos vigiar.
- Não é para insultar, mas numa quinta aprendi a desconfiar de cães muito calados — o ditado 'cachorro calado...' estava sempre na boca dos mais velhos.
Variações Sinónimos
- Cão calado morde.
- Águas paradas são profundas (Still waters run deep).
- Não menosprezes o silêncio.
Relacionados
- Cão que ladra não morde (relacionado por oposição: barulho nem sempre é sinal de perigo).
- Águas paradas são profundas.
- Quem cala consente (uso distinto: silêncio como concordância).
Contrapontos
- Silêncio ou fala contida não implicam necessariamente perigo; muitas pessoas são reservadas por caráter ou cultura.
- Aparência estranha não deve servir de base para discriminação; avaliar ações concretas é preferível.
- Provérbios generalizam — útil como conselho prático, mas falíveis em situações individuais.
Equivalentes
- inglês
Still waters run deep (águas paradas são profundas); beware of silent dogs (cuidado com cães silenciosos). - espanhol
Agua mansa rompe la piedra; el perro callado muerde. - francês
Les eaux calmes sont profondes; le chien silencieux mord parfois.