Chora a mulher, dói-se a mulher, mulher enferma, quando ela quer.
Sugere que o choro, a queixa ou a doença da mulher acontecem por sua vontade; expressa uma ideia de autonomia emocional, mas também um estereótipo sobre controlabilidade das emoções.
Versão neutra
Quando quer, a mulher pode chorar, queixar‑se ou adoecer.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio?
Indica, de forma tradicional, que o choro, a queixa ou a doença de uma mulher ocorrem por sua vontade; pode ser interpretado como sugestão de autonomia emocional ou como estereótipo. - É ofensivo usar este provérbio hoje?
Pode ser considerado ofensivo ou sexista, porque reduz experiências legítimas a capricho. Se for citado, recomenda‑se contextualizar criticamente. - Em que contextos este provérbio aparecia?
Surgia sobretudo em registos de fala popular, em comunidades rurais e em compilações de provérbios, refletindo atitudes sociais de épocas passadas.
Notas de uso
- Forma arcaica e carregada de estereótipo de género; aparece em contextos rurais e em registos de memória oral.
- Hoje tende a ser percebido como sexista ou redutor, pois implica que emoções e doença sejam sempre voluntárias.
- Pode ser citado de forma crítica para ilustrar visões tradicionais sobre mulheres; não é aconselhável o uso sem contextualização.
- Usado historicamente para justificar respostas desvalorizadoras face a queixas femininas (por exemplo: atribuir a doença a capricho).
Exemplos
- Na conversa, ele repetiu o provérbio antigo para minimizar a preocupação dela, e ela respondeu que não é por vontade que as pessoas ficam doentes.
- Ao analisar provérbios tradicionais, a professora lembrou que expressões como 'Chora a mulher, dói‑se a mulher...' revelam preconceitos de épocas passadas e devem ser discutidas criticamente.
Variações Sinónimos
- Chora a mulher quando quer.
- Quando ela quer, a mulher chora.
- A mulher queixa‑se quando lhe apetece.
- Mulher enferma quando quer.
Relacionados
- Cada um sabe onde lhe aperta o sapato (sobre a íntima experiência do sofrimento).
- Cada um chora a sua dor (sobre sofrimento pessoal e subjetivo).
Contrapontos
- Do ponto de vista médico e psicológico, emoções intensas e doença nem sempre são voluntárias; muitos estados têm causas biológicas ou psicossociais.
- Perspetiva feminista: o provérbio reduz a experiência feminina a um capricho, desvalorizando denúncias e queixas legítimas.
- No uso contemporâneo, é preferível evitar provérbios que reforcem estereótipos de género sem reflexão crítica.
Equivalentes
- Inglês
A woman cries or falls ill when she wants. - Espanhol
La mujer llora o enferma cuando ella quiere. - Francês
La femme pleure ou tombe malade quand elle le veut.