Chuva de Junho: mordedura de víbora
Aviso de que algo aparentemente benéfico (chuva em junho) pode ter efeitos prejudiciais ou traiçoeiros.
Versão neutra
A chuva em junho pode ser traiçoeira: aquilo que parece bom pode causar prejuízo.
Faqs
- Significa que a chuva em junho é sempre má?
Não necessariamente; o provérbio resulta de observações tradicionais em determinadas condições agrícolas. A chuva em junho pode ser prejudicial numa situação (por exemplo, favorecendo oídio ou podridão) e benéfica noutra. - Quando se usa este provérbio em sentido figurado?
Usa‑se para avisar contra ofertas, acontecimentos ou benefícios imediatos que podem ocultar riscos ou prejuízos futuros. - Tem origem histórica conhecida?
A origem específica não está documentada; pertence ao repertório da sabedoria popular rural, baseada na experiência agrícola de gerações. - Ainda é relevante hoje?
Sim, sobretudo como imagem metafórica para expressar prudência. Em termos agrícolas, a relevância prática depende das culturas, do clima local e das técnicas agrícolas modernas.
Notas de uso
- Tem origem na sabedoria rural; relaciona‑se com a observação de que a chuva em determinadas alturas do ano pode estragar culturas ou favorecer doenças das plantas.
- Usa‑se tanto em sentido literal (meteorologia/agrícola) como metafórico (situações ou ofertas que parecem vantajosas mas ocultam risco).
- Tom de advertência: recomenda prudência perante benefícios súbitos ou inesperados.
- Frequentemente encontrado em contexto dialectal e regional; a formulação pode variar localmente.
Exemplos
- O lavrador sacudiu a cabeça ao ver as nuvens: «Chuva de Junho: mordedura de víbora», dizia, temendo o fungo nas vinhas.
- Quando alguém lhe ofereceu um contrato às pressas, ele respondeu: «Chuva de junho: mordedura de víbora» — preferia analisar tudo com cuidado antes de assinar.
- Após o aguaceiro inesperado que estragou as flores da macieira, a vizinha comentou: «Já viste? Chuva de junho: mordedura de víbora.»
- Perante um lucro rápido que trouxe mais custos do que vantagens, o gerente murmurou o provérbio para justificar a recusa.
Variações Sinónimos
- Chuva de junho é picada de serpente
- Nem toda a chuva é boa
- O que vem de graça pode fazer dano
Relacionados
- Abril, águas mil
- Chuva de Maio dá pão
- Março, ventos e águas
- Mais vale prevenir do que remediar (parecido em sentido cautelar)
Contrapontos
- Em algumas regiões a chuva de junho é desejada e benéfica, especialmente após uma primavera seca.
- Com práticas agrícolas modernas (irrigação, variedades resistentes), a chuva nessa época nem sempre tem efeitos negativos.
Equivalentes
- inglês
Not all that glitters is gold — nem tudo o que parece bom é realmente vantajoso (equivalente aproximado). - espanhol
No todo lo que reluce es oro — advertência sobre aparências enganosas, semelhante em sentido. - francês
Tout ce qui brille n'est pas or — expressão sobre fingida vantagem; equivalente aproximado.