Comadres e vizinhas, os reveses são farinhas.

Comadres e vizinhas, os reveses são farinhas.
 ... Comadres e vizinhas, os reveses são farinhas.

Indica que, entre comadres e vizinhas, os infortúnios alheios tornam‑se assunto corriqueiro e perdem gravidade, sendo transformados em conversa ou motivo de boato.

Versão neutra

Entre comadres e vizinhas, os contratempos alheios tornam‑se conversa trivial.

Faqs

  • O provérbio critica ou descreve um facto social?
    Serve sobretudo como observação crítica: descreve o comportamento (propensão para fofoca e banalização) e, ao mesmo tempo, o censura implicitamente.
  • Em que contextos se pode usar este provérbio?
    Em conversas informais para comentar a rapidez com que os problemas alheios se transformam em assunto público; também em avisos sobre confidencialidade.
  • É ofensivo dizer isto a alguém que partilha um problema?
    Pode ser interpretado como insensível ou acusatório. Use-o com cuidado e preferencialmente fora de situações em que é necessária empatia.

Notas de uso

  • Registo informal e popular; usado para comentar a tendência de pequenas comunidades para falar sobre os problemas dos outros.
  • Tem uma conotação crítica ou irónica: denuncia a pouca discrição e a tendência para minimizar ou espetacularizar o sofrimento alheio.
  • Não é adequado quando se pretende mostrar empatia com alguém que sofre; pode ser interpretado como insensível.
  • Frequentemente usado em contexto familiar ou entre conhecidos para explicar por que os contratempos se espalham rapidamente.

Exemplos

  • Quando a família começou a ter problemas, logo se espalhou: comadres e vizinhas, os reveses são farinhas — ninguém consegue manter o assunto privado.
  • Não contes tudo à praça; por vezes comadres e vizinhas transformam um contratempo numa história grande — como diz o ditado, os reveses são farinhas.

Variações Sinónimos

  • Entre comadres e vizinhas, os contratempos são conversas.
  • O mal dos outros é boa conversa.
  • Os infortúnios alheios rendem assunto.

Relacionados

  • O mal dos outros é bom passatempo (variante popular sobre o interesse pelos infortúnios alheios).
  • Quem muito fala, mais erra (diz respeito à consequência de falar demais).
  • Boato corre depressa (sobre a rapidez com que se espalha a notícia).

Contrapontos

  • Não minimizar o sofrimento: cada revés merece consideração e apoio, não apenas conversa.
  • Privacidade e empatia: é preferível ouvir e apoiar em vez de transformar o problema alheio em entretenimento.
  • Conselho prático: antes de partilhar um contratempo de terceiros, perguntar se a pessoa consente.

Equivalentes

  • Inglês
    Among gossips, misfortunes make good gossip (literal: misfortunes become fodder for gossip).
  • Espanhol
    Entre comadres y vecinas, las desgracias son tema de conversación (tradução aproximada).
  • Francês
    Chez les commères et les voisines, les revers deviennent matière à potins (tradução aproximada).