Corvos a corvos não se arrancam os olhos.
Expressa que membros do mesmo grupo tendem a não prejudicar, denunciar ou destruir uns aos outros.
Versão neutra
Membros do mesmo grupo raramente se prejudicam ou expõem mutuamente.
Faqs
- O que quer dizer este provérbio em poucas palavras?
Significa que pessoas do mesmo grupo tendem a proteger-se mutuamente e evitam prejudicar ou denunciar uns aos outros. - Este provérbio justifica encobrimentos ou ilegalidades?
Não; descreve um comportamento social comum, mas não o legitima. Pode ser usado criticamente para apontar cumplicidade ou falta de ética. - De onde vem a expressão?
Vem da tradição oral; usa a metáfora do corvo para ilustrar a ideia de protecção e de não agressão dentro do mesmo grupo. A origem exacta é incerta. - Em que contextos é apropriado usar este provérbio?
Em discussões sobre lealdade, clientelismo, protecção entre pares ou comportamentos colectivos; convém esclarecer se a menção é descritiva ou crítica.
Notas de uso
- Usado para descrever solidariedade, protecção mútua ou cumplicidade entre pessoas com laços profissionais, familiares ou de grupo.
- Pode servir tanto para justificar a lealdade entre pares como para criticar clientelismo, favores e encobrimento de faltas.
- Aplicável em contextos informais, jornalísticos e políticos; menos adequado em discursos formais sem explicação acrescentada.
- Não implica que o comportamento seja correcto — pode apontar para um problema ético (por exemplo, omissão de denúncias).
Exemplos
- Na pequena vila, ninguém queria entregar o vizinho corrupto; afinal, corvos a corvos não se arrancam os olhos.
- No sindicato, os colegas protegeram o dirigente acusado até prova em contrário — corvos a corvos não se arrancam os olhos.
- Quando se tratava de fugir às regras da empresa, ficou claro que os funcionários preferiam encobrir-se mutuamente; corvos a corvos não se arrancam os olhos.
Variações Sinónimos
- Corvo a corvo não arranca o olho
- Corvos entre si não se arrancam os olhos
- Os corvos não se arrancam os olhos
- Entre iguais não se faz guerra
Relacionados
- código de silêncio
- solidariedade de grupo
- clientelismo
- omertà (conceito de silêncio e protecção em grupo)
- lealdade tribal
Contrapontos
- Quando há delação, denúncia ou quebra de códigos internos (por exemplo, um informador), o provérbio mostra-se falso.
- Responsabilidade cívica e ética profissional exigem, por vezes, que se denuncie um membro do próprio grupo.
- Concorrência interna forte pode levar a conflitos e traições, contrariando a ideia do provérbio.
Equivalentes
- es
Los cuervos entre sí no se sacan los ojos - en
Don't rat on your own (colloquial) / Thieves don't betray thieves (approx.)