De mulher de igreja, Deus nos proteja.
Alerta sarcástico contra pessoas — aqui, mulheres — que exibem grande religiosidade exterior, sugerindo que a aparência piedosa pode esconder intenções ou comportamentos duvidosos.
Versão neutra
De pessoa muito devota, melhor ter cautela.
Faqs
- O provérbio é ofensivo?
Pode ser. Expressa desconfiança dirigida a mulheres devotas e associa religiosidade a hipocrisia. Em muitos contextos é visto como sexista ou intolerante, pelo que convém evitá-lo ou usá-lo com cuidado. - Quando é apropriado usar este provérbio?
Em conversas informais e entre interlocutores que compreendam o tom irónico. Não é adequado em contextos profissionais, académicos ou interconfessionais. - Qual é a origem histórica do provérbio?
Trata-se de um ditado popular sem autor identificado, emergente da cultura católica tradicional em Portugal. Não existe uma primeira ocorrência documentada conhecida. - Há alternativas neutras?
Sim. Frases como «Da pessoa muito devota, melhor ter cautela» transmitem a mesma ideia sem carregar conotações de género nem atacarem a fé.
Notas de uso
- Expressa desconfiança perante a religiosidade ostentatória; muitas vezes usada ironicamente.
- É uma fórmula coloquial e potencialmente pejorativa: associa religiosidade pública a hipocrisia.
- Uso inadequado em contextos formais, profissionais ou quando se pretende evitar discriminação de género ou ataque à religião.
- Em discursos contemporâneos deve ser evitada ou substituída por formulações neutras para não perpetuar estereótipos.
Exemplos
- Quando ela começou a falar da igreja e a mostrar virtudes, ele murmurou: «De mulher de igreja, Deus nos proteja», desconfiando das intenções dela.
- Num tom de brincadeira, entre amigos: «Cuidado com o novo professor: de homem santo, diz o povo, é bom desconfiar» — usada aqui como paralelo humorístico ao provérbio.
Variações Sinónimos
- Mulher de igreja (forma mais curta)
- De homem santo, Deus nos proteja (variação por género)
- Cuidado com o santo (variante coloquial)
Relacionados
- Nem tudo o que reluz é ouro (as aparências enganam)
- A parca não tem de vir toda (sobre aparências e realidade)
- Não julgar pela capa (não confiar só na aparência)
Contrapontos
- Quem muito reza, muito alcança (valoriza a devoção em vez de desconfiar)
- A fé move montanhas (enfatiza o lado positivo da religiosidade)
Equivalentes
- Inglês (conceitual)
Appearances can be deceiving. - Inglês (literal/explicativo)
From a church woman, God protect us (literal translation; conveys ironical distrust of ostentatious piety). - Espanhol (conceitual)
No todo lo que reluce es oro.