Critica a atitude de abandonar uma opção segura por outra incerta ou arriscada; alerta contra decisões imprudentes que favorecem o desconhecido em detrimento do garantido.
Versão neutra
Abandonar aquilo que é certo em favor do que é incerto.
Faqs
Quando devo usar este provérbio? Use-o para advertir alguém quando uma decisão abandona uma opção segura por outra claramente mais incerta, sobretudo em questões financeiras, contratuais ou de segurança pessoal.
Significa isto que nunca devo arriscar? Não. O provérbio destaca prudência, mas decisões que envolvem risco podem ser válidas se forem calculadas, informadas e alinhadas com objetivos e circunstâncias pessoais.
É um provérbio exclusivo da cultura portuguesa? Não; a ideia aparece em muitas culturas com provérbios equivalentes que valorizam o seguro sobre o incerto, embora as nuances variem.
Notas de uso
Usado para censurar escolhas arriscadas em finanças, trabalho, relações ou projectos.
Tom habitualmente crítico ou de advertência; pode ser dito num registo informal e proverbial.
Não implica que risco seja sempre errado — serve como aviso para avaliar consequências.
Pode ser usado de forma irónica quando alguém opta conscientemente por mudança e sabe dos riscos.
Exemplos
Recusar um contrato estável por uma promessa vaga de promoção noutro lado é deixar o certo pelo duvidoso.
Ao vender a casa para comprar um terreno sem projecto, João pode estar a deixar o certo pelo duvidoso.
Se trocas um emprego com boas condições por um trabalho mal definido só pela esperança de mais dinheiro, corres o risco de deixar o certo pelo duvidoso.
Em investimentos, apostar todas as poupanças numa ideia não comprovada é um exemplo clássico de deixar o certo pelo duvidoso.
Variações Sinónimos
Trocar o certo pelo duvidoso
Deixar o seguro pelo incerto
Abandonar o garantido pelo arriscado
Não trocar o certo pelo duvidoso (forma negativa/aconselhadora)
Relacionados
Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar
Quem tudo quer, tudo perde
Antes sono que remorso (variação de prudência)
Contrapontos
Tomar riscos calculados é necessário para inovação, progresso pessoal ou profissionais; nem toda escolha incerta é imprudente.
Sair de uma situação segura pode ser justificável para escapar de circunstâncias nocivas (por exemplo, abuso ou exploração).
O provérbio tende a favorecer conservadorismo e estabilidade; deve ser ponderado consoante contexto e objetivos.
Equivalentes
Inglês A bird in the hand is worth two in the bush.
Espanhol Más vale pájaro en mano que ciento volando.
Francês Un tiens vaut mieux que deux tu l'auras.
Alemão Besser ein Spatz in der Hand als eine Taube auf dem Dach.