Dinheiro e estrume, só presta espalhado.
Coisas com potencial de produzir bem-estar (dinheiro, fertilizante) só cumprem esse potencial quando são distribuídas ou investidas, não quando acumuladas.
Versão neutra
Recursos (como dinheiro ou fertilizante) só são úteis quando são distribuídos e postos a produzir.
Faqs
- Significa que devo gastar todo o meu dinheiro?
Não. O provérbio sublinha o valor da circulação e da utilização produtiva dos recursos, não a promoção de gastos impulsivos. Importa equilibrar partilha, investimento e reservas prudentes. - É um provérbio antigo? Tem relação com a agricultura?
Sim. A analogia com o estrume vem de práticas agrícolas: fertilizante só melhora a terra quando é espalhado. É um provérbio popular de origem rural e de origem incerta. - Quando posso usá‑lo em conversas modernas?
Serve em debates sobre filantropia, políticas públicas, gestão empresarial e finanças pessoais para enfatizar a importância de pôr recursos a funcionar. - Contradiz a ideia de poupança?
Complementa-a. O provérbio valoriza a circulação dos recursos, mas não invalida a necessidade de poupança e planeamento: trata‑se de encontrar um equilíbrio.
Notas de uso
- Usa-se para defender a circulação de recursos: gastar, investir ou partilhar pode gerar benefício colectivo.
- Aplica-se em conselhos sobre filantropia, reinvestimento empresarial, ou políticas públicas de redistribuição.
- Não é um incentivo a gastar sem critério — mais um alerta contra o acúmulo improdutivo e a favor do uso eficiente.
- A imagem do estrume recorda uma origem agrícola: o valor aparece ao espalhar, fertilizar e permitir crescimento.
Exemplos
- O avô costumava dizer 'dinheiro e estrume, só presta espalhado' quando argumentava que era melhor apoiar pequenos negócios locais do que acumular poupanças inativas.
- Depois de receber o lucro, a cooperativa reinvestiu em máquinas e formações — prova de que dinheiro, como estrume, só dá fruto quando é espalhado.
- Se o agricultor guardar o estrume na montanha, os campos não vão melhorar; é a mesma lógica com capital parado que não é investido na comunidade.
- Numa discussão sobre orçamento municipal, alguém citou o provérbio para justificar a necessidade de aplicar fundos em infra‑estruturas e serviços em vez de os conservar sem uso.
Variações Sinónimos
- Dinheiro e esterco só servem quando espalhados
- O que serve é o que se reparte
- Recursos acumulados sem uso não produzem valor
Relacionados
- Quem dá aos pobres empresta a Deus (sobre a virtude de dar)
- O que está bem distribuído rende mais (sobre redistribuição)
- Quem guarda, perde — quem partilha, multiplica (sentido aproximado)
Contrapontos
- Poupança é necessária — guardar é prudente para tempos difíceis (defesa da poupança)
- Acumular capital pode permitir investimentos e segurança futuras (argumento a favor de acumular temporariamente)
- Nem tudo deve ser distribuído: planeamento financeiro e reservas são essenciais (equilíbrio entre gastar e poupar)
Equivalentes
- inglês
Money is like manure; it's no good unless it is spread about encouraging young plants to grow. (William Morris) - espanhol
El dinero y el estiércol: cuanto más se esparcen, más sirven. (variante popular) - francês
L'argent est comme le fumier : il ne sert que lorsqu'on le répand. (variante proverbiale)