Do amigo, bem; do inimigo, nem bem nem mal.
Aceitam‑se com agrado os favores e o apoio dos amigos; perante um inimigo é preferível manter neutralidade, evitando receber benefícios ou retribuir danos.
Versão neutra
Do amigo aceita‑se o bem; do inimigo, evita‑se tanto o bem como o mal.
Faqs
- Significa isto que nunca se deve aceitar ajuda de um inimigo?
Não necessariamente. O provérbio aconselha prudência: aceitar ajuda pode ser estratégico, mas envolve risco de dependência ou manipulação. - Em que situações é mais útil aplicar este provérbio?
Quando há risco de condicionar decisões por favores, em negociações, em política ou quando se procura manter independência face a adversários. - O provérbio reforça a desconfiança permanente?
Pode ser interpretado assim, mas também pode ser visto como um aviso prático para avaliar intenções antes de aceitar favores.
Notas de uso
- Usa‑se para aconselhar prudência nas relações: confiar e aceitar dos amigos, mas não permitir que adversários obtenham influência.
- Aplica‑se em contextos pessoais, políticos e profissionais onde há risco de manipulação ou de favorecimento indevido.
- Registo: neutro/institucional; pode ter tom conservador quando interpretado literalmente.
- Não implica que nunca se deva negociar ou reconciliar com um inimigo — apenas que convém cautela.
Exemplos
- No escritório, ela seguiu o princípio: aceitou o apoio logístico do colega de sempre; recusou qualquer aliança com quem queria sabotá‑la — do amigo, bem; do inimigo, nem bem nem mal.
- Na campanha, o político preferiu não aceitar fundos de grupos hostis; manteve‑se com os apoios de confiança e evitou favores de quem lhe era adversário.
- Depois da discussão, decidiu não aceitar presentes do rival numa tentativa de evitar dependências; com os amigos foi diferente — aceitou a ajuda.
- Num contexto familiar, recebeu conselhos do irmão e agradeceu; quando um cunhado, com quem tem desentendimentos, ofereceu ajuda, preferiu recusar.
Variações Sinónimos
- Do amigo, o bem; do inimigo, nada.
- Aceita do amigo, rejeita do inimigo.
- Dos amigos, favores; dos inimigos, neutralidade.
Relacionados
- Quem com ferro fere, com ferro será ferido. (sobre consequências das relações de hostilidade)
- Diz‑me com quem andas e dir‑te‑ei quem és. (sobre influência das companhias)
- Amigo para as horas más. (valor dos amigos confiáveis)
Contrapontos
- Em diplomacia e negociação estratégica, aceitar um gesto de um adversário pode ser útil para reduzir tensões.
- Rejeitar todo o bem vindo de um inimigo pode fechar portas a reconciliações legítimas ou a soluções práticas.
- O provérbio pressupõe que a amizade é confiável e a inimizade é hostil; na realidade, as fronteiras podem ser ambíguas.
Equivalentes
- English
From a friend, good; from an enemy, neither good nor bad. - Spanish
Del amigo, lo bueno; del enemigo, ni bueno ni malo. - French
De l'ami, le bien; de l'ennemi, ni bien ni mal. - German
Vom Freund das Gute; vom Feind weder gut noch schlecht.