Dom de Espanha, Excelência de França, Senhoria de Portugal, não valem…

Dom de Espanha, Excelência de França, Senhoria d ... Dom de Espanha, Excelência de França, Senhoria de Portugal, não valem meio real

Expressa a ideia de que títulos, honrarias ou privilégios obtidos no estrangeiro têm pouco ou nenhum valor prático em Portugal; critica a vaidade dos rótulos sem conteúdo real.

Versão neutra

Títulos ou honrarias de fora não têm necessariamente valor prático em Portugal.

Faqs

  • Qual é a ideia central deste provérbio?
    A ideia central é que títulos ou honrarias que soam impresionantes — especialmente quando obtidos fora — podem não ter valor prático ou real impacto na vida quotidiana ou no prestígio local.
  • Este provérbio é usado hoje em dia?
    Sim, é usado ocasionalmente, sobretudo em contextos irónicos ou críticos sobre vaidade, diplomas estrangeiros sem aplicação prática ou quando se quer enfatizar a diferença entre aparência e utilidade.
  • Tem origem histórica específica?
    Não há origem documentada precisa; refere-se de forma geral ao contexto histórico em que títulos e privilégios eram condecorados por cortes estrangeiras, e ao ceticismo popular sobre o seu valor prático.

Notas de uso

  • Usado de forma crítica ou irónica para diminuir a importância de títulos ou status que não trazem benefícios concretos.
  • Refere-se historicamente às honrarias e privilégios ligados a cortes estrangeiras; o termo «meio real» evoca a moeda antiga, sublinhando a ideia de baixo valor.
  • Registo popular e antigo; ainda hoje pode ser usado em conversas sobre prestígio, carreiras e reconhecimento externo.
  • Pode ter tom desconfiado em relação a «mérito» aparente e valorizar resultados práticos sobre aparências.

Exemplos

  • Quando o sobrinho voltou de Oxford cheio de distinções, o velho comentou: «Dom de Espanha, Excelência de França… não valem meio real» — o que interessava era que ele ajudasse no negócio da família.
  • Num debate sobre diplomas estrangeiros, ouvi alguém dizer: «Títulos bonitos são pouco úteis se não houver trabalho e competência.» É a mesma ideia do provérbio.

Variações Sinónimos

  • Títulos de fora não compram respeito cá dentro.
  • Honrarias estrangeiras não valem nada sem substância.
  • Rótulos pomposos não equivalem a capacidade real.

Relacionados

  • Mais vale um pássaro na mão do que dois a voar (valorização do que é prático e certo).
  • Nem tudo o que reluz é ouro (aparências enganam).
  • Tantas formas, tão pouco chão (crítica à vaidade sem fundamento).

Contrapontos

  • Em contextos diplomáticos ou académicos, títulos estrangeiros podem ter reconhecimento formal e favorecer oportunidades.
  • Algumas carreiras valorizam qualificações internacionais; daí nem sempre ser verdade que não tenham valor.
  • A utilidade de um título depende também da rede, experiência e contexto social em que é usado.

Equivalentes

  • inglês
    All that glitters is not gold.
  • espanhol
    No todo lo que reluce es oro.
  • alemão
    Es ist nicht alles Gold, was glänzt.