Em alheio souto, um pau ou outro.
Indica que, em propriedade alheia ou em bens comuns, é comum que se apropriem pequenas coisas — algo inevitável ou habitual.
Versão neutra
Num souto alheio, acabam por levar um ou outro pau.
Faqs
- Significa que roubar é aceitável?
Não. O provérbio descreve um comportamento observado (a tendência a tirar proveito de bens alheios) e é usado tanto para justificar como para criticar esse acto. Não constitui uma aprovação moral ou legal. - Onde e quando se usa este provérbio?
Originou‑se em contextos rurais (soutos) mas aplica‑se hoje em situações em que há bens de terceiros ou recursos comuns. Pode aparecer em conversas informais, comentários sociais ou críticas irónicas. - Há variações regionais deste provérbio?
Sim. Existem formas alternativas que preservam a ideia central (que se levam pequenas coisas em propriedade alheia) e variações de construção conforme a região.
Notas de uso
- Usa‑se para justificar, criticar ou comentar o hábito de tirar proveito de bens que não são nossos, muitas vezes de forma ligeira ou oportunista.
- Contexto rural e tradicional; hoje é usado também em sentido figurado para situações urbanas ou colectivas (recursos partilhados, instalações públicas).
- Pode ser proferido com ligeiro tom irónico, conformista ou mesmo censurador, dependendo da intenção do falante.
Exemplos
- Quando viram que ninguém vigiava a feira, alguns levaram pequenos produtos — um clássico caso de 'em alheio souto, um pau ou outro'.
- Disse‑lhe que não devia ajudar a retirar material do armazém da empresa; ele respondeu com o provérbio, numa tentativa de desvalorizar o acto.
- No parque da cidade deixado ao abandono, acabaram por desaparecer várias peças de mobiliário: «Já se sabe, em alheio souto, um pau ou outro», comentou alguém.
Variações Sinónimos
- Em souto alheio, um pau lá vai
- Em casa alheia, um pouco se leva
- Variações regionais que mantêm a ideia de apropriação de pequenos bens alheios
Relacionados
- Proverbios sobre aproveitamento de oportunidades ou exploração de bens comuns
- Expressões que justificam pequenos furtos (uso crítico ou irónico)
Contrapontos
- Frases e provérbios que valorizam o respeito pela propriedade alheia, por exemplo: 'Não leves o que não é teu'.
- Perspectiva legal e ética que condena a apropriação indevida, independentemente do tamanho do bem.
- Abordagens modernas sobre bens comuns: gestão partilhada e prevenção da exploração (tragédia dos comuns).
Equivalentes
- inglês
Finders keepers / What's not nailed down is mine (expressões coloquiais que justificam apropriação de objetos disponíveis). - espanhol
Lo hallado, hallado está (ou expresões locais que justificam quedarse con lo encontrado).